27/Feb/2024
O coordenador especial do Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, frisou que é insustentável ter um crescimento econômico com custos ao meio ambiente. Ao abordar os objetivos do plano, foi salientado que o País não pode ter um modelo de crescimento predatório e que é preciso ter um crescimento centrado na relação saudável com a natureza. Não é só um plano de ações de cunho ambiental, é um plano de desenvolvimento econômico que incorpora vários critérios ambientais. O plano tem ainda entre seus objetivos promover um modelo mais distributivo de renda no Brasil. O plano já está gerando frutos, como a regulamentação em andamento do mercado de baixo carbono no Brasil e o lançamento de um mecanismo de proteção cambial para investimentos voltados para a pauta de descarbonização.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) comentou o impacto das mudanças climáticas na economia, como o aumento da temperatura do planeta que levou 2023 a ser o ano mais quente da história, que tem custos estimados de US$ 22 bilhões por ano. Eventos climáticos podem levar a mais de 3 bilhões de pessoas para a pobreza. É necessário enfrentar esse problema. O custo das mudanças do clima afeta a sociedade, afeta as pessoas e aumenta a pobreza. Os bancos de desenvolvimento e instituições multilaterais têm papel importante em destravar investimentos para a transição energética, mas não podem ser o ator principal. É preciso também a atuação da iniciativa privada. Por isso, o governo brasileiro lançou nesta segunda-feira (26/02) um programa de proteção cambial, com a colaboração do BID e do Banco Central.
O BID prometeu triplicar os recursos destinados a financiar projetos de infraestrutura para combater as mudanças climáticas, de US$ 50 bilhões para US$ 150 bilhões nos próximos 10 anos. o banco tem todo interesse em projetos de transição da economia do Brasil. O Brasil é o maior cliente do BID. Para tentar atrair o setor privado, a proteção cambial é uma forma de estimular que estes agentes invistam mais. Em estudo, estão formas de se lançar bônus da Amazônia, para captar recursos. Há ainda em discussão os "debt swaps", estruturas para financiar projetos com troca de dívida. Os recursos têm que ter os incentivos corretos. Uma das possibilidades é que, caso os países consigam cumprir metas climáticas, o custo de financiamento se reduza para esse mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.