23/Feb/2024
O dólar oscilou nesta quinta-feira (22/02) novamente em margens estreitas ante o Real, para fechar a sessão em leve alta, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas de exportadores de commodities e emergentes, em um dia marcado por dados que reforçaram a avaliação de que o corte de juros nos Estados Unidos pode ficar para junho ou até mais tarde. O dólar fechou a R$ 4,95, em alta de 0,28%. Em fevereiro, a moeda norte-americana também acumula alta de 0,28%. No início da sessão, o dólar chegou a ensaiar um recuo ante o Real, após a leve alta verificada na véspera. Às 9h10, a moeda norte-americana foi cotada na mínima de R$ 4,91 (-0,39%).
Ao longo da manhã, porém, a divisa foi escalando patamares um pouco mais elevados, na esteira da alta do dólar index, que compara a divisa ante uma cesta de moedas fortes, e da divulgação de novos dados econômicos fortes nos Estados Unidos. O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram 12.000 na semana encerrada em 17 de fevereiro, para 201.000, em dado com ajuste sazonal. Economistas previam 218.000 pedidos para a última semana. A Associação Nacional de Corretores de Imóveis anunciou que as vendas de moradias usadas subiram 3,1% no mês passado, atingindo uma taxa anual ajustada sazonalmente de 4,00 milhões de unidades, o nível mais alto desde agosto passado.
Economistas previam que as revendas aumentariam para uma taxa de 3,97 milhões de unidades. Os dados reforçaram a avaliação de que a economia norte-americana segue aquecida, o que deixaria pouco espaço para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortar juros antes de junho. O adiamento do corte de juros nos Estados Unidos, em tese, é favorável ao dólar. Ainda assim, a divisa norte-americana oscilava em margens estreitas no Brasil. Segundo a FB Capital, houve pouca amplitude entre a mínima e a máxima nestes últimos dias. não há grandes catalizadores de oferta, seja de compra, seja de venda. A falta de definição sobre os rumos da taxa de juros nos Estados Unidos tem engessado os negócios no câmbio.
A percepção é que ninguém crê (nem quem quer vender dólar, nem quem quer comprar) que o câmbio vai ficar no atual patamar. Então, quem quer vender está esperando a cotação subir mais; quem precisa comprar está na expectativa para ver se o dólar recua. Durante a tarde, o dólar buscou novamente patamares mais elevados no Brasil, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas pares do Real, como o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano. Juntamente com o Real, estas três moedas eram as que mais perdiam valor para o dólar perto do fechamento no Brasil.
Na máxima do dia, às 16h42, o dólar marcou R$ 4,95 (+0,33%), para depois encerrar muito próximo deste nível. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,02%, a 103,960. O Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 218 milhões em fevereiro até o dia 16, com saídas líquidas de US$ 1,172 bilhão pela via financeira e entradas de US$ 1,389 bilhão pela via comercial. O Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.