21/Feb/2024

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) avalia que há uma grande crise em iminência, ou já ocorrendo, no setor agropecuário. É uma situação extremamente preocupante e não se trata exclusivamente da quebra de safra por clima, há também uma questão mercadológica porque os preços da soja e do milho hoje não pagam o custo de produção. Essa crise precisa ser contida de alguma maneira. A contenção da crise passa pela renegociação das dívidas dos produtores rurais, pela prorrogação das operações de crédito rural e por políticas de apoio à comercialização dos grãos. A crise precisa ser contida pelo Ministério da Agricultura, com garantia de Preço Mínimo, apoio à comercialização, por meio das instituições financeiras, com possibilidade de antecipação de pagamento aos produtores.

Provavelmente será preciso prorrogar dívidas porque os produtores estão endividados. Os produtores rurais vêm freando investimentos com os baixos preços dos grãos. A soja comercializada a R$ 90,00 por saca de 60 Kg é muito preocupante para o produtor rural. Há alguns meses, a soja estava entre R$ 140,00 e R$ 150,00 por saca de 60 Kg. Há necessidade de o governo entrar firmemente, com protagonismo, para buscar solução para a crise do produtor rural, principalmente das dívidas dos produtores. Há necessidade clara de adiamento do pagamento das dívidas. A pauta já está sendo tratada com o Ministério da Agricultura. A solução é financeira. É preciso buscar soluções para o produtor com a participação do governo, dado o impacto forte dessa crise na economia, na logística, na geração de emprego e renda.

Os recursos planejados para o seguro rural continuam aquém do necessário pelo setor. O agronegócio costuma puxar a economia, mas isso pode ser difícil neste ano. Ainda não é possível estimar o volume e o valor dos financiamentos rurais da safra 2023/2024 a ser renegociado, em virtude de a colheita da safra de soja estar em andamento, enquanto o milho ainda está sendo plantado. A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) está indo bem, mas as Regiões Sul e Sudeste enfrentam problemas. A FPA fez críticas às falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre Israel. Há uma importante parceria entre Brasil e Israel no agronegócio, como a exportação de frango kosher brasileiro para o mercado israelense, permitido recentemente.

A expectativa é de que não haverá represálias. Israel necessita de produtos agropecuários fornecidos pelo Brasil, enquanto o agro brasileiro recorre a tecnologias israelenses, como a fertiirrigacão. Por fim, a FPA afirmou que manterá sua posição contrária à reoneração da folha de pagamento. O Congresso aprovou em lei a prorrogação desoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos até o fim de 2027, o que está sendo ignorado pelo governo. A FPA defende a devolução da Medida Provisória de reoneração da folha apresentada pelo governo. O governo está ciente de que há votos suficientes no Congresso para manutenção da desoneração da folha de pagamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.