ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Feb/2024

Brasil possui vantagens na transição energética

Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o grande desafio do Brasil no debate sobre transição energética é melhorar o custo de capital para investimentos em projetos verdes em conjunto com um enfrentamento mais competitivo da concorrência global. O custo de capital no Brasil ainda é alto, o que dificulta o processo de investimentos para a transição energética. Há uma forte concorrência global, como a recente criação de barreiras adotadas pelas grandes economias para favorecer a indústria local. O Brasil possui diversas vantagens competitivas combinadas que colocam o País em uma posição única no mercado global, com disposição de minerais estratégicos importantes, além de uma matriz energética limpa, um ambiente regulatório estável e um posicionamento geopolítico estratégico. Todas estas vantagens em conjunto fazem com que o País possa ter condições para liderar a agenda de mudança na matriz energética global, mas a ambição nacional precisa ser maior.

O Brasil não pode exportar apenas energia, mas exportar produtos intensivos em energia e com baixo conteúdo de carbono. O País vai exportar amônia verde ou HVO verde (diesel de origem renovável)? A ambição tem que ser o Brasil se reindustrializar em bases verdes. O mundo precisa de um mercado global de carbono que venha a precificar externalidades negativas, entre elas, a emissão de poluentes. O BNDES também criticou o CBAM (Mecanismo Europeu de Ajuste de Carbono na Fronteira), avaliando que a Europa não incluiu o escopo 2 (emissões indiretas ligadas à geração de energia) na barreira estabelecida pela União Europeia. O motivo da não inclusão foi porque a Europa teria os seus produtos nacionais desfavorecidos, visto que a matriz energética do continente é suja na comparação com a de países como o Brasil. O mercado global ainda não precifica da maneira devida à energia renovável e a descarbonização e o BNDES é a instituição que mais financiou investimentos para a transição energética no mundo.

O BNDES é o maior financiador de energia do Brasil e o maior financiador de energia renovável no mundo. Aprovou no ano passado R$ 58 bilhões em grandes projetos, o que mobilizou R$ 132 bilhões em capital, mas é preciso dobrar isso nos próximos 4 a 5 anos. A Petrobras afirmou que o Brasil está em uma posição de destaque no tema de energia renovável. A produção renovável doméstica é de aproximadamente 50% somado a geração para eletricidade e combustíveis, enquanto a mesma métrica no mundo é de 15%. Se considerado apenas a geração de energia elétrica renovável, o mundo possui 30% da matriz energética limpa, enquanto o Brasil em 2023 ultrapassou a faixa de 90%. O Brasil não pode perder essa oportunidade porque o mundo todo, por conta da questão climática, está tendo que enfrentar a transição energética. Eventualmente essa transição pode ser um ônus para alguns países, mas é um bônus para o Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.