19/Feb/2024
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego recuou de forma estatisticamente significativa em 2 das 27 Unidades da Federação na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2023. Diversos Estados do País apresentaram tendência de queda, mas só em dois deles a retração foi considerada estatisticamente significativa. No Rio de Janeiro, houve crescimento acentuado da ocupação, principalmente nas atividades industriais e de outros serviços. No caso do Rio Grande do Norte, o recuo da taxa foi influenciado pela redução do número de pessoas procurando trabalho no período.
Na média nacional, a taxa de desemprego caiu de 7,7% no terceiro trimestre de 2023 para 7,4% no quarto trimestre de 2023. No Rio de Janeiro, a taxa passou de 10,9% para 10,0%, e no Rio Grande do Norte, de 10,1% para 8,3%. Em São Paulo, a taxa de desemprego desceu de 7,1% para 6,9% no período. Houve aumento significativo em Rondônia, de 2,3% para 3,8%, e em Mato Grosso, de 2,4% para 3,9%. Em Rondônia, houve uma redução no número de trabalhadores, com maiores perdas de ocupação na agricultura e no comércio. Em Mato Grosso, embora houvesse aumento na ocupação, a expansão acentuada do número das pessoas procurando trabalho contribuiu para o crescimento da taxa de desocupação.
No quarto trimestre de 2024, as maiores taxas de desocupação foram as de Amapá (14,2%), Bahia (12,7%) e Pernambuco (11,9%). Os menores resultados foram registrados em Santa Catarina (3,2%), Rondônia (3,8%) e Mato Grosso (3,9%). A única grande região com queda significativa na taxa de desemprego no quarto trimestre foi o Sudeste, passando de 7,5% no terceiro trimestre para 7,1% no quarto trimestre de 2023. As oscilações das demais regiões ficaram dentro da margem de erro da pesquisa, sendo consideradas, portanto, estatisticamente estáveis. No quarto trimestre de 2023, a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi mais elevada nos estados do Piauí (37,2%), Bahia (32,8%) e Sergipe (30,8%). Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (6,0%), Rondônia (7,0%) e Mato Grosso do Sul (9,2%). Na média nacional, a taxa de subutilização foi de 17,3% no quarto trimestre de 2023. A taxa de informalidade no mercado de trabalho foi maior no Maranhão (57,8%), Pará (57,4%), e Amazonas (54,6%).
Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (27,6%), Distrito Federal (30,4%) e São Paulo (31,2%). Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de 39,1% da população ocupada no quarto trimestre de 2023. No quarto trimestre de 2023, o País tinha 1,806 milhão de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos. Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 2,717 milhões. Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 17,6% em relação ao quarto trimestre de 2022. No quarto trimestre de 2023, a Pnad Contínua captou que cerca de 22,3% da população desocupada estavam buscando trabalho há 2 anos ou mais. No quarto trimestre de 2022, esse percentual era de 25,6%.
Por outro lado, 19,9% da população desocupada buscavam trabalho há menos de um mês. No quarto trimestre do ano anterior, essa proporção era de 19,3%. Outras 911 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, porém menos de dois anos, 8,4% menos indivíduos nessa situação ante o quarto trimestre de 2022. No quarto trimestre de 2023, 3,760 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, 0,7% mais desempregados nessa situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,606 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, um recuo de 2,7% nessa categoria de desemprego do que no quarto trimestre de 2022. No quarto trimestre de 2023, a taxa de participação dos idosos no mercado de trabalho voltou a alcançar o patamar pré-pandemia, enquanto a dos jovens permanece aquém do pré-crise sanitária.
A taxa de participação (que mostra a proporção de pessoas em idade de trabalhar que efetivamente estão participando do mercado de trabalho, seja trabalhando seja procurando emprego) foi de 62,2% no quarto trimestre de 2023, ainda aquém dos 63,6% vistos no quarto trimestre de 2019, antes da pandemia de Covid-19. Entre os idosos, com 60 anos ou mais, a taxa de participação no quarto trimestre de 2023 foi de 24,0%, mesmo patamar registrado no quarto trimestre de 2019. Na faixa etária de 40 a 59 anos, a taxa de participação ficou em 74,6% no quarto trimestre de 2023, acima dos 74,5% vistos no quarto trimestre de 2019. As maiores distâncias entre a taxa atual de participação vis-à-vis a taxa de participação lá no quarto trimestre de 2019, essa distância é maior nos grupos etários mais jovens, sobretudo no de 14 a 17 anos e no de 18 anos a 24 anos de idade.
No grupo etário de adolescentes de 14 a 17 anos, a taxa de participação foi de 16,7% no quarto trimestre de 2023, ainda aquém dos 18,7% registrados no quarto trimestre de 2019. Na faixa de 18 a 24 anos, a taxa ficou em 68,6% no quarto trimestre de 2023, ante 70,0% no quarto trimestre de 2019. No grupo de 25 a 39 anos, a taxa foi de 81,9% no quarto trimestre de 2023, ante 83,1% no quarto trimestre de 2019. A taxa de participação ainda abaixo do pré-pandemia entre os jovens pode ser explicada por mais barreiras à entrada no mercado de trabalho ou por uma maior priorização da escolarização. A população jovem enfrenta mais barreiras à entrada no mercado de trabalho, e, uma vez estando no mercado de trabalho, é a população que apresenta mais rotatividade. Então, não se sabe a que ponto o panorama trazido ao mercado de trabalho durante a pandemia pode ter trazido mais restrições, ou aumentado barreiras, ou mudado a permanência desses jovens no mercado de trabalho.
Os últimos dados divulgados sobre o acesso à educação mostraram um crescimento da taxa de escolarização nos grupos de adolescentes de 14 a 17 anos e de jovens adultos de 18 a 24 anos. Então, é possível que haja esses dois fatores. Mas, não se sabe até que ponto é mais barreiras à entrada, ou, principalmente entre os adolescentes, uma maior permanência na escola. Isso pode ter contribuído para uma menor taxa de participação. O aumento na população ocupada e na renda domiciliar advinda do trabalho pode permitir que os jovens da família se dediquem mais aos estudos. "Tem mais gente trabalhando e gerando renda, isso, de fato, tende a aumentar a renda do trabalho. É possível que esse incremento da renda faça com que os moradores mais jovens, ou pelo menos os que ainda estão em fase de formação e escolarização, dediquem mais tempo ao estudo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.