16/Feb/2024

Na Índia, os agricultores entraram em confronto com a polícia pelo segundo dia consecutivo na quarta-feira (14/02), enquanto milhares tentavam marchar para a capital, Nova Délhi, para exigir preços mínimos para seus produtos. A polícia disparou gás lacrimogêneo contra os agricultores perto da fronteira que divide os Estados de Punjab e Haryana, no norte da Índia, a cerca de 200 quilômetros de Nova Délhi. Imagens de TV também mostraram a polícia utilizando drones para lançar gás lacrimogêneo sobre os agricultores, que tentavam romper barricadas feitas de blocos de cimento e arame farpado.

Milhares de agricultores, viajando em caminhões e carroças carregadas de alimentos e outros suprimentos, iniciaram a marcha em direção à capital na terça-feira (13/02), depois que as conversas entre líderes agrícolas e ministros do governo não resultaram em nenhum consenso sobre sua demanda por uma legislação que garantisse um preço mínimo para seus produtos. Além disso, os agricultores estão pressionando o governo a cumprir sua promessa de dobrar sua renda, perdoar seus empréstimos e desistir dos processos legais movidos contra eles durante os protestos anteriores, de 2021, que foram motivados por leis agrícolas polêmicas.

Algumas associações de agricultores anunciaram uma greve rural em todo o país para esta sexta-feira (16/02). A polícia manteve segurança rigorosa em vários pontos de entrada de Nova Délhi para evitar que os agricultores entrassem na capital. Eles bloquearam grandes rodovias com barreiras feitas de contêineres de metal, arame farpado e blocos de cimento. A internet móvel foi suspensa pelo segundo dia em algumas áreas de Haryana para evitar a comunicação entre os manifestantes. A marcha ocorre apenas alguns meses antes de uma eleição nacional na qual Modi é o grande favorito para obter um terceiro mandato.

Os protestos podem representar um desafio significativo para ele e seu partido, já que os agricultores formam um importante bloco eleitoral. Os agricultores receberam apoio de partidos de oposição, que condenaram a tentativa do governo de impedi-los de chegar à capital. Na terça-feira (13/02), o principal partido de oposição no Congresso disse que aprovaria legislação sobre preços mínimos caso vencesse a próxima eleição nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.