09/Feb/2024
De acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (08/02), a produção brasileira de grãos na safra 2023/2024 deve atingir 299,8 milhões de toneladas, o que corresponde a uma diminuição de 6,3% (20,1 milhões de toneladas a menos) em comparação com a temporada anterior (319,81 milhões de toneladas). Quando comparada com a primeira estimativa desta safra feita pela Conab, a atual projeção apresenta uma diminuição de 17,7 milhões de toneladas. Em relação à previsão de janeiro, houve uma baixa de 2,2% (menos 6,62 milhões de toneladas). O comportamento climático nas principais regiões produtoras, sobretudo para soja e milho safra de verão (1ª safra 2023/2024), vem prejudicando negativamente as lavouras desde o plantio. O atraso no plantio da soja possivelmente causará impacto no plantio da 2ª safra de milho de 2024, que é cultivado na sequência.
A produção de soja estimada é de 149,4 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,4% se comparado com o volume obtido no ciclo 2022/2023. Se for considerada a expectativa inicial desta temporada, a quebra chega a 7,8%, uma vez que a Conab estimava uma safra de 162 milhões de toneladas. O atraso do início das chuvas nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas, com registros de períodos de veranicos superiores a 20 dias, além das altas temperaturas, estão refletindo negativamente no desempenho das lavouras. Outro importante produto que tem estimativa de menor produção é o milho. A queda na safra total do cereal deve chegar a 18,2 milhões de toneladas (menos 13,8% ante 2022/2023), resultando em um volume de 113,7 milhões de toneladas.
O cultivo da safra de verão (1ª safra 2023/2024) do milho, que representa 20,8% da produção total, enfrentou situações adversas como elevadas precipitações na Região Sul do País e baixas pluviosidades na Região Centro-Oeste, acompanhadas pelas altas temperaturas, entre outros fatores. A 2ª safra de milho de 2024 está projetada em 88,10 milhões de toneladas, redução de 13,9% ante a safra do ano passado. Também é esperada uma queda na produção de feijão influenciada pelo clima adverso. O plantio da 1ª safra da leguminosa caminha para a sua conclusão e vem apresentando alterações negativas por causa das precipitações excessivas, atraso de plantio e ressemeaduras. A semeadura da 2ª safra do grão já foi iniciada, especialmente na Região Sul, porém o cenário geral é de atraso em virtude de a colheita da 1ª safra estar atrasada (estimativa de colheita de 879,5 mil toneladas, queda de 8,1%). Mesmo assim, a Conab ainda estima uma safra total (são três safras) de 2,97 milhões de toneladas de feijão no País, redução de 2,1% ante 2022/2023 (3,04 milhões de toneladas).
O contexto do El Niño, embora tenha afetado inicialmente a lavoura do arroz, não gerou perdas até o momento nesta safra. A produção está estimada em 10,8 milhões de toneladas, 7,6% acima da produção da safra anterior. A expectativa é de aumento também para o algodão. A estimativa é que o País estabeleça um novo recorde para a produção da pluma, chegando a 3,3 milhões de toneladas, aumento de 3,3% ante 2022/2023 (3,17 milhões de toneladas). O preço da commodity e as perspectivas de comercialização refletiram no aumento de área de plantio, que apresenta crescimento de 12,8% sobre a safra 2022/2023. As primeiras estimativas para as culturas de inverno apontam para uma recuperação na safra de trigo, estimada em 10,2 milhões de toneladas. O plantio do cereal tem início a partir de fevereiro na Região Centro-Oeste, e ganhará força em meados de abril, no Paraná, e em maio, no Rio Grande do Sul, Estados que representam 82,7% da produção tritícola do País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.