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08/Feb/2024

Clima: chance de La Niña já preocupa agricultores

Depois de um ano marcado pelo El Niño, que provocou seca no Norte e temporais frequentes na Região Sul do País, afetando a produção agrícola em várias regiões do Brasil, os produtores estão em alerta para o que vem pela frente. E o que está no horizonte é o La Niña. A possibilidade de o fenômeno climático acontecer no segundo semestre deste ano é cada vez maior, segundo o NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional). O órgão de monitoramento do clima dos Estados Unidos estima chance de 65% de que o La Niña se concretize entre agosto e outubro de 2024. Em períodos de La Niña, em média, chove menos na Região Sul e mais nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, há chances de períodos frios e chuvosos. Segundo a Climatempo, não há razões para alarmismo no momento. Mas a Região Sul precisa ficar atenta a um retorno do La Niña. O excesso de chuva hoje na Região Sul do Brasil deixa de ser algo real, e pelo contrário, já tem um risco de chuvas irregulares. Isso passa a ser uma informação extremamente relevante, pelo possível déficit hídrico em algumas áreas.

Na Região Sul, a falta de chuvas entre agosto e outubro é uma grande dor de cabeça para os produtores, principalmente os do Rio Grande do Sul, que iniciam o plantio de soja no fim de setembro. O La Niña esteve ativo de 2020 até março de 2023 e causou secas históricas no Sul do Brasil. Segundo a Nottus, o milho e a soja sofrem com a seca, mas como é o primeiro ano de um possível La Niña, tende a ser uma interferência branda. Porém, não está descartada a possibilidade de que a seca severa se repita caso o fenômeno continue ativo em 2025. Essa é uma possibilidade que produtores do Rio Grande do Sul não gostam nem de ouvir. As estiagens provocadas pelo La Niña nas safras 2021/2022 e 2022/2023 deixaram más lembranças no Estado. É preciso investir em adubação e controle de pragas. O ideal seria ter irrigação para enfrentar o La Niña. Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, não há risco de faltar chuva durante a safra, mas as precipitações podem demorar um pouco mais. Segundo a Climatempo, pode ser que, em vez de setembro, as chuvas comecem em outubro.

A Nottus chama atenção para a possibilidade de doenças nas lavouras, pois o La Niña aumenta as chances de invernadas (períodos frios e chuvosos em pleno verão) na época da colheita. As chuvas favorecem o surgimento de doenças fúngicas. Mas, se causa preocupação na Região Sul, o La Niña pode ser benéfico para as Regiões Nordeste e Norte, que sofreram com secas severas no último ano. Na Região Nordeste, o La Niña trabalha junto com o Oceano Atlântico. A chuva só acontece se o oceano estiver aquecido nas áreas costeiras. Hoje, os modelos de longo prazo indicam atraso nas chuvas no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), mas que devem ser bem distribuídas quando chegarem. São condições favoráveis. O La Niña pode garantir um fôlego a mais para a próxima safra com chuvas mais bem distribuídas no Matopiba. Na Região Norte, que não teve período de cheias em 2023, a expectativa é de volta à normalidade com o fim do El Niño. O verão vai se encerrar ainda com os níveis dos rios baixos, mas a tendência é que as chuvas voltem à normalidade na região. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.