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07/Feb/2024

Fávaro: é preciso dimensionar o tamanho da safra

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a afirmar que haverá quebra na safra brasileira de grãos 2023/2024, mas ponderou que o tamanho da produção ainda precisa ser dimensionado. Haverá perdas em Mato Grosso, mas o Rio Grande do Sul, por exemplo, deve produzir 10 milhões de toneladas a mais. Fávaro destacou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai atualizar as suas estimativas de safra nesta quinta-feira (08/02). O ministro defendeu a metodologia adotada há anos pela estatal para previsão da safra, citando questionamentos recentes de entidades do setor aos números da Conab.

Segundo Fávaro, os preços dos grãos não reagem porque a Região Sul do País terá produção maior e a Argentina também colherá cerca de 20 milhões de toneladas a mais. O ministro da Agricultura voltou a descartar que o agronegócio vive uma crise. Segundo ele, são anos de incertezas no campo e intempéries climáticas, mas longe de crise instalada, ponderou, após declarações recentes de que a agropecuária está na iminência de uma crise. Fávaro disse também que a abertura de mercados internacionais, que vem sendo feita pela Pasta, trará resultados à balança comercial, mas pode gerar gargalos logísticos. A infraestrutura logística é o que dá mais competitividade.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou que o governo primeiro vai aferir o tamanho da quebra de safra e dos problemas enfrentados pelos produtores rurais para posteriormente consolidar soluções em socorro aos produtores. Algumas ações já foram anunciadas e estão disponíveis aos produtores, como a linha do Procap-Agro para as cooperativas de leite. A produção de soja e milho ainda está em andamento e é preciso ter cautela. É preciso esperar que a colheita avance um pouco mais para vermos o tamanho do problema e fazermos a discussão técnica necessária. As declarações foram concedidas após o secretário participar da primeira reunião do ano da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

A pauta do encontro foi concentrada na conjuntura de perdas da safra de grãos e dos preços baixos das commodities. O setor produtivo pede ao governo a prorrogação dos financiamentos para investimento com vencimento neste ano para o último ano do contrato com manutenção das taxas de juros, renegociação dos financiamentos de custeio, antecipação das operações de pré-custeio e liberação de recursos adicionais para capital de giro. Segundo Geller, a maioria dos financiamentos de custeio começa a vencer em março e os de investimento, nos meses subsequentes. Isso permite maior tempo para a estruturação das medidas.

O Ministério da Agricultura trabalha em uma linha de crédito para custeio dos produtores de soja, milho e algodão dos Estados afetados por estiagem ou por excesso de chuva, caso do Rio Grande do Sul, se antecipando ao problema. Serão anos difíceis, mas é preciso criar alternativas para superar dificuldades orçamentárias. Em relação à eventual renegociação das operações de crédito de investimento, Geller afirmou que a discussão ainda é "embrionária". É preciso ter cautela para não criar expectativa ao mercado que não possa ser correspondida e saber o real tamanho do problema.

A renegociação de investimentos exige recursos do Tesouro para equalização das linhas com taxas subvencionadas. De acordo com ele, a orientação do ministro Carlos Fávaro é de que a Pasta continue atenta aos problemas do setor e encaminhamento das soluções. Há sensibilidade do governo quanto a isso, observou, citando conversas de Fávaro com a equipe econômica. Se o problema realmente estiver instalado, soluções serão encaminhadas. Os anos anteriores foram favoráveis à produção agropecuária e à rentabilidade dos produtores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.