07/Feb/2024

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o fenômeno climático El Niño teria provocado prejuízos mais brandos que o estimado anteriormente nas lavouras do País. Como resultado, o preço da soja registrou recuo, puxando a deflação no atacado medida pelo IGP-DI de janeiro. O preço da soja em grão teve queda de 11,28%, enquanto o do óleo de soja refinado diminuiu 11,86% em janeiro. O IGP-DI saiu de uma elevação de 0,64% em dezembro para uma queda de 0,27% em janeiro, o menor resultado desde julho de 2023, quando havia registrado redução de 0,40%. Em 12 meses, o índice acumulou queda de 3,61%. Os preços dos Produtos Agropecuários, conforme medidos pelo índice ao produtor, que haviam registrado um aumento de 3,64% em dezembro, apresentaram uma queda de 1,48% em janeiro.

Essa redução marcou o fim da tendência de aceleração na variação de preços que começou em outubro. Esse movimento foi influenciado pela sazonalidade e pelas preocupações com os impactos do fenômeno El Niño na próxima safra. No entanto, a partir de janeiro, observou-se uma diminuição nos efeitos sazonais e, considerando as precipitações nas áreas produtivas, os danos previstos pelo El Niño parecem ser menos severos do que o esperado. Essa perspectiva é reforçada pela tendência de queda nos preços de commodities significativas, como a soja, que passou de uma alta de 1,30% para uma queda de 11,28%, e a cana-de-açúcar, que se moveu de um aumento de 0,30% para uma redução de 1,33%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) passou de um aumento de 0,79% em dezembro para uma queda de 0,59% em janeiro.

Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais desacelerou de 1,06% em dezembro para 0,57% em janeiro, tendo como principal contribuição o subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de 9,97% para 4,28%. O grupo Bens Intermediários passou de -1,25% em dezembro para -1,18% em janeiro, puxado pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa saiu de -1,09% para -0,01%. O grupo das Matérias-Primas Brutas saiu de alta de 2,90% em dezembro para queda de 1,12% em janeiro, sob a contribuição da soja em grão (de 1,30% para -11,28%), milho em grão (de 12,94% para 0,07%) e café em grão (de 9,59% para 2,09%). Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos itens mandioca/aipim (de 1,11% para 5,76%), leite in natura (de -1,02% para 0,39%) e laranja (de 7,01% para 8,19%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.