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05/Feb/2024

Dólar avança após três sessões seguidas em queda

Após três sessões em queda, o dólar fechou a sexta-feira (02/02) com forte alta ante o Real, de pouco mais de 1%, com investidores reagindo aos dados positivos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que deram força à ideia de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não começará a cortar juros em março. O dólar fechou a R$ 4,96, em alta de 1,04%. Na semana passada, a moeda acumulou alta de 1,12%. No início da sessão, o dólar chegou a oscilar no território negativo, com os investidores à espera da divulgação do relatório de empregos "payroll", nos Estados Unidos. Às 9h12, a divisa foi cotada na mínima de R$ 4,90 (-0,15%). A divulgação do "payroll" às 10h30, no entanto, mudou o cenário. O relatório mostrou que a economia norte-americana abriu 353.000 vagas de trabalho no mês passado, bem acima dos 180.000 postos projetados por economistas.

Os dados de dezembro foram revisados para cima, mostrando 333.000 novos postos, em vez dos 216.000 informados anteriormente. Além disso, a média de ganhos por hora aumentou 0,6% no mês passado, depois de subir 0,4% em dezembro. Nos 12 meses até janeiro, os salários aumentaram 4,5%, depois de avançarem 4,3% no mês anterior. Os números fortes impulsionaram quase que instantaneamente os rendimentos dos Treasuries, em meio à leitura de que a economia dos Estados Unidos segue aquecida demais para que o Fed inicie o ciclo de corte de juros já em março. No mercado global de câmbio, o dólar também disparou ante outras divisas, já que juros mais elevados nos Estados Unidos favorecem as cotações da moeda norte-americana. No Brasil, o dólar saltou R$ 0,03 menos de um minuto após a divulgação do payroll, um movimento substancial para a moeda. Sob o efeito dos números, o dólar marcou a máxima de R$ 4,97 (+1,26%).

Para a One Investimentos, foi o efeito do payroll. No câmbio, o principal fator de curto prazo é o diferencial de juros (entre o Brasil e o exterior). E o diferencial de juros é impactado pela expectativa de inflação. Os dados mostraram que a economia norte-americana continua aquecida, o que faz com que as expectativas de inflação para o fim do ano subam e os rendimentos dos Treasuries também. E o dólar subiu, com um movimento bem forte. Após atingir o pico do dia, o dólar perdeu um pouco de força, mas ainda assim sustentou ganho pouco superior a 1% ante o Real. O movimento esteve em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também tinha ganhos firmes ante praticamente todas as demais divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,81%, a 103,880.

Após fechar a semana passada com alta forte, porém, o dólar pode passar por ajustes de baixa nesta segunda-feira (05/02) caso não surjam fatores novos no horizonte. Isso ocorre porque sempre que há movimentos mais intensos numa sessão, como nesta sexta-feira (02/02) também surge espaço para realização de ganhos no dia útil seguinte. Por outro lado, esta semana é a última antes do Carnaval, quando os mercados ficam fechados no Brasil, mas funcionam normalmente no exterior. Em semanas assim, é comum que alguns investidores se posicionem para enfrentar o feriado comprados em dólar (posicionados no sentido de alta da moeda norte-americana), como forma de proteção. Na manhã de sexta-feira (02/02), em meio à forte volatilidade provocada pelo payroll, o Banco Central não aceitou nenhuma proposta do mercado no leilão de 16.000 contratos de swap cambial tradicional, ofertados para rolagem dos vencimentos de abril. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.