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05/Feb/2024

Governo está traçando diagnóstico da crise no Agro

A equipe do Ministério da Fazenda está traçando um diagnóstico sobre a crise do agronegócio, motivada sobretudo pela questão climática. Apesar dos pleitos do setor, como crédito e renegociação de dívidas, ainda não há nenhuma definição de ação a ser tomada. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, esteve em reunião com a equipe econômica e está sendo feito um balanço da situação, entendendo onde estão e quais são os problemas. O momento é de montar o diagnóstico, de fazer uma avaliação. Isso, obviamente, é algo que tem que ser feito de maneira recorrente, porque cada setor tem a sua particularidade e o agro, em especial, sofre mais esses impactos da mudança climática. O setor produtivo pede a prorrogação dos financiamentos para investimento com vencimento neste ano para o último ano do contrato com manutenção das taxas de juros, renegociação dos financiamentos de custeio, antecipação das operações de pré-custeio e liberação de recursos adicionais para capital de giro.

Por ora, ainda não há nenhuma medida a ser anunciada. O desempenho do setor é monitorado com atenção pelo Ministério da Fazenda, pela importância que tem para o PIB, mesmo que já esteja contratado um desempenho para 2024 inferior ao do ano passado. A projeção é de avanço de 2,2% no PIB neste ano. A intensificação do diálogo entre os ministérios da Fazenda e Agricultura está sendo profícua. Nos bastidores, do lado da Agricultura, a leitura é de que há sensibilidade da Fazenda em relação ao momento do setor, sobretudo à crise financeira. Além da quebra de safra, que afeta diretamente o PIB do agro, a situação financeira dos produtores rurais causa preocupação entre as Pastas. Os preços dos grãos caíram mais de 30%, enquanto o custo de produção não acompanhou. Já está no radar do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a menor contribuição agro para o PIB, a injeção de uma menor receita agropecuária na economia e um iminente problema de endividamento com produtores não conseguindo cumprir os financiamentos contratados.

O receio é com o crescimento da inadimplência e das recuperações judiciais do setor produtivo, o que poderia levar à necessidade de uma repactuação expressiva de dívidas com recursos do Tesouro. A necessidade da prorrogação das dívidas se impõe para evitar um “Desenrola" no campo. A crise mais recente do setor, em 2008, decorreu em uma reestruturação de R$ 75 bilhões, de um passivo de R$ 87 bilhões de operações de crédito rural. Neste ano, o passivo não é dessa ordem, mas não pode ser desconsiderado. O ministro Carlos Fávaro afirmou que o agronegócio está na iminência de uma crise, mas ponderou que o governo tomará medidas estruturantes no sentido de manter a adimplência e apoiar o setor. O presidente Lula está sensível para a antecipação das medidas antes que a crise se instale, dentro das possibilidades orçamentárias do governo. Essas medidas emergenciais passam por crédito, renegociação das dívidas e apoio à comercialização e serão voltadas às regiões mais afetadas pelas perdas na safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.