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05/Feb/2024

PIB terá nova composição de crescimento em 2024

O Ministério da Fazenda afirmou que a atual projeção de avanço do PIB de 2,2% para 2024 é conservadora porque há uma nova composição de crescimento, em que o peso do agro diminui e os investimentos e indústria voltam a avançar. O quadro é diferente de 2023, quando a economia, que deve avançar 3%, foi muito impulsionada pelo desempenho do agronegócio. O ano de 2024 terá um crescimento quantitativamente um pouco menor que 2023, mas qualitativamente um pouco melhor no sentido de mais bem distribuído. Os serviços ainda contribuirão positivamente, a indústria voltará a contribuir positivamente e, do ponto de vista da demanda, os investimentos voltando a contribuir positivamente. É por essa razão que o Ministério da Fazenda entende que conseguirá avançar no nível de arrecadação em 2024, para a casa dos 19% do PIB, cenário aliado ao conjunto de medidas aprovadas no Congresso para aumentar o patamar de receita, embora esse salto seja visto com desconfiança no mercado e até mesmo pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Com pouca margem para cortar despesas, o governo conta com a arrecadação para cumprir a meta de déficit zero neste ano. Apesar de o agro não contribuir para o avanço do PIB no mesmo nível de 2023, ainda terá uma participação positiva, assim como o setor externo. A expectativa é de que principalmente o mercado de crédito possa melhorar em relação a 2023, quando foi muito afetado pelos efeitos defasados da política monetária e pelo evento Americanas. Juntando esses fatores, o mercado de crédito, em particular para empresas, sofreu um baque bastante significativo. Mesmo o crédito imobiliário não teve um bom desempenho em 2023 por fatores parecidos. Com a flexibilização dos juros, a normalização do mercado de capitais pós-Americanas, redução dos spreads e as medidas que estão sendo tomadas, como o marco de garantias, 024 tem potencial de ser o ano de reação de investimentos e indústria. Essa nova composição do crescimento traz menos agro e um pouco mais de indústria, menos demanda externa e um pouco mais de investimento.

Para um ciclo de crescimento se sustentar, ele tem de trazer consigo uma retomada no investimento, tanto público quanto privado, senão pode até ter alguns anos de crescimento, mas isso se sustenta com o tempo. Haverá esse de momento de desaceleração quantitativa, mas a melhoria qualitativa vai preparar um novo tipo de crescimento para os próximos anos. No campo das incertezas, o cenário internacional é a maior incógnita, especialmente por causa de conflitos geopolíticos que podem afetar as cadeias produtivas. O cenário avaliado pelo governo, no entanto, já considera uma perspectiva de desaceleração do crescimento global, mas também de desinflação, com o afrouxamento da política monetária no mundo desenvolvido a partir de meados de 2024. Até o momento, não foi identificado um "fator decisivo" que indique uma mudança na projeção de crescimento do PIB de 2,2% em 2024. A última grade de parâmetros foi divulgada em novembro, e uma nova deve ser publicada em março. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.