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05/Feb/2024

Startup Bio2Me aposta na preservação do Cerrado

Lucrar mantendo o Cerrado de pé. Essa é a aposta da startup Bio2Me, que pretende captar de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões no segundo semestre para comprar fazendas com excedente de mata nativa e rentabilizar bioativos, entre eles o baru, que atendem da indústria alimentícia até a farmacêutica. Um dos fundadores da empresa, Claudio Fernandes herdou a fazenda do pai, que faleceu em 2019, em Luziânia (GO), e decidiu buscar uma forma de ganhar dinheiro sem desmatar. Primeiro, ele empreendeu no mercado do baru, fruto abundante na fazenda, e, depois de alguns anos, teve a ideia de criar uma empresa que manejasse áreas preservadas e restaurasse o Cerrado com árvores de alto valor agregado. A estimativa que é apresentada a possíveis investidores é que um hectare de baru em consórcio com outras árvores nativas rende no mínimo R$ 45 mil ao ano.

No mínimo porque a projeção considera apenas os ganhos advindos do baru, sem mencionar os pagamentos por serviços ambientais, crédito de carbono ou arrendamento de áreas preservadas para produtores que precisam regularizar a situação do CAR. O problema da cultura é que o baruzeiro leva sete anos para começar a produzir e só atinge a maturidade aos 10 anos. E encontrar investidores dispostos a entrar em um projeto de longo prazo é mais complicado. Mas, é uma árvore que é plantada uma vez e, depois de 100 anos, ainda estará produzindo. Já foi possível agilizar um pouco o retorno do investimento com ajuda de inteligência artificial (IA). A startup desenvolveu um algoritmo capaz de analisar imagens de satélite e encontrar propriedades com baruzeiros já estabelecidos, a partir dos padrões das copas das árvores.

O sistema transforma cada árvore em uma linha em uma planilha, e estima quanto vale aquele espaço. Até hoje, a Bio2Me recebeu cerca de R$ 3 milhões em aportes de dois investidores, entre eles Antônio Nuno Verças, ex-CEO do Banco Cetelem. A nova rodada estava prevista para 2023, mas os sócios preferiram esperar um pouco para solidificar a tese de que havia um mercado promissor para o baru. Eles também aproveitaram o tempo a mais para acelerar o projeto de uma agroindústria do baru para agregar valor ao produto. Os recursos esperados na próxima rodada devem ser usados para comprar ou arrendar propriedades. O Capex nesse início é maior do que no restante dos anos. A expectativa dos sócios é chegar a 10 mil hectares até o fim deste ano e 300 mil hectares em cinco anos. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.