01/Feb/2024

De acordo com o conselheiro para Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Energia na Delegação da União Europeia no Brasil, Laurent Javaudin, durante encontro promovido pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA) nesta quarta-feira (31/01), apresentar as regras do Código Florestal brasileiro à União Europeia será fundamental para que o Brasil continue exportando para o continente após a implementação do Pacto Verde no bloco. O Pacto Verde, ou "Green Deal" é a nova norma aprovada na União Europeia, que proíbe a importação de produtos provenientes de áreas desmatadas. Grande parte dos cidadãos europeus ainda não entende que o Código Florestal do Brasil permite um determinado percentual de desmatamento legal conforme o bioma considerado.

A percepção na União Europeia é a de que o Brasil é um território em que “coisas terríveis” estão acontecendo na Amazônia. Ninguém fala do Código Florestal e dos esforços de conservação dos produtores brasileiros. A sustentabilidade do agronegócio brasileiro é uma história que precisa ser contada. Outro fator que precisa ser explicado é a necessidade de um maior uso de defensivos no Brasil do que na Europa, devido ao clima tropical e ao fato de o País conseguir, por isso, colher três safras por ano na mesma área. Do outro lado, o conselheiro também acredita que o Brasil ainda não tenha entendido completamente o Pacto Verde. A norma é voltada também para produtores europeus e de outros países que, em alguns casos, desmatam muito mais do que o Brasil.

Assim, dizer que o bloco não vai comprar produtos ligados ao desmatamento pode se tornar uma vantagem para o agronegócio brasileiro. No começo de 2025, a expectativa é de que tudo vai funcionar bem, que a cadeia de valor vai continuar a funcionar e serão asseguradas garantias de que os produtores não estão ligados ao desmatamento. Entre os passos a serem dados em 2024, ele citou a presença do Brasil no G20 e o encontro da Organização Mundial do Comércio (OMC), além do andamento do pacto entre Mercosul e União Europeia, do apoio técnico por parte da Europa a mecanismos de rastreabilidade e a cooperação financeira ao Fundo Amazônia. Toda a história do agro brasileiro é de investimento em novas ferramentas que vai funcionar mais uma vez. Há muita confiança na capacidade do agro do Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.