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30/Jan/2024

BNDES: proteção comercial e expansão do crédito

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez longa defesa das políticas de proteção comercial e expansão do crédito público por países do "Sul Global" em reunião do grupo empresarial B20, nesta segunda-feira (29/01) no Rio de Janeiro. O B20 é atrelado ao G20, cuja presidência é ocupada pelo Brasil até o fim de 2024. Em provocação anunciada a empresários e representantes das chamadas economias desenvolvidas, Aloísio Mercadante, presidente do BNDES, afirmou que os governos desses países têm lançado mão de intensas políticas protecionistas, entre as quais crédito subsidiado para a indústria. Ele citou Estados Unidos, Europa e China. Nesse contexto, os países em desenvolvimento, reunidos na dimensão geopolítica do Sul Global, têm sido quase que obrigados a chegar no seu limite para fazer frente às investidas dos mais ricos e proteger seus setores produtivos.

Depois da crise da Covid-19, 71% das medidas de comércio exterior no mundo agridem o comércio multilateral. O Brasil tinha uma indústria maior que a de China e Coreia juntas nos anos 1980. Ela representava 30% do PIB, e hoje tem apenas 15%. Aderir a regras de livre comércio, retirada de subsídio, estado mínimo e consenso de Washington, tirou a industrialização do Brasil, disse Mercadante ao defender a reversão desse receituário. Ele destacou que no primeiro ano do governo Lula, o crédito concedido pelo BNDES cresceu 32% e deve seguir em alta nos próximos anos. O Banco vai responder por R$ 250 bilhões dos R$ 300 bilhões que servirão ao fomento da indústria nacional até 2026, conforme plano do governo federal anunciado na semana passada. O BNDES está sendo compelido a fazer política de proteção comercial, empurrado à força, para chegar ao limite, se não continuará ocorrendo a desindustrialização do Sul Global.

O presidente do BNDES deu como exemplo bem-sucedido do aumento de crédito o caso do agronegócio. O agro tem o Plano Safra, subsidiando mais de R$ 360 bilhões por ano. Disso, 30% são distribuídos pelo BNDES. É também isso que faz o agronegócio ser competitivo, além de o Brasil ser estruturalmente competitivo, pelo tamanho. Ele defendeu o mesmo empenho pela indústria nacional. Questionado sobre eletromobilidade, Mercadante disse que o foco do banco nessa área serão ônibus urbanos, inclusive com auxílio para a estruturação de empresas de leasing de ônibus, em função do alto custo do bem para governos municipais. Em seguida, ele também defendeu o uso do Fundo de Marinha Mercante, administrado pelo BNDES, para a indústria naval, e disse que a estimativa para 2024 é de créditos na ordem de R$ 2 bilhões para esse fim. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.