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30/Jan/2024

Mar Vermelho: crise paralisa indústrias pelo mundo

Na Bélgica e na Alemanha, fábricas de automóveis tiveram suas linhas de produção interrompidas. Na Inglaterra, as linhas de moda da primavera estão atrasadas no segmento têxtil, enquanto nos Estados Unidos, em Maryland, uma empresa que fabrica suprimentos hospitalares não sabe quando receberá insumos importados da Ásia. Todos esses problemas têm em comum os conflitos no Mar Vermelho, que estão provocando outro choque no comércio mundial. Os rebeldes houthis, no Iêmen, buscam interromper a ofensiva de Israel contra o Hamas em Gaza. Para isso, eles atacam navios de carga que cruzam as águas que ligam a Ásia à Europa e aos Estados Unidos, forçando o tráfego a se afastar do Canal de Suez e contornar a ponta da África. A interrupção está causando atrasos e aumentando os custos, em um momento em que o mundo ainda está tentando superar um ressurgimento da inflação. O caos no transporte marítimo mundial se soma a problemas na passagem por outro corredor comercial crucial, o Canal do Panamá, que está restrito devido aos baixos níveis de água causados pela seca.

As transportadoras estão correndo para movimentar mercadorias antes que as fábricas chinesas paralisem as atividades para comemorar as festividades do Ano Novo Lunar, de 10 a 17 de fevereiro. A ameaça na rota marítima aumenta consideravelmente à medida que a guerra em Gaza se prolonga. Uma interrupção do comércio no Mar Vermelho que dure um ano poderia aumentar a inflação de bens em até 2%, de acordo com a gerenciadora de suprimentos Flexport. O dano provoca ainda mais dor em um mundo que já luta com preços mais altos de alimentos, aluguéis e muito mais. Isso também poderia significar taxas de juros ainda mais altas, enfraquecendo as economias. Outras indústrias lidam com problemas semelhantes. A Tesla terá que fechar sua fábrica perto de Berlim em fevereiro devido a atrasos nos envios. A Volvo, marca de carros sueca de propriedade chinesa, parou sua linha de montagem em Ghent, na Bélgica, onde fabrica os modelos station wagons e SUVs, por três dias em janeiro, enquanto esperava uma peça-chave para as transmissões.

A produção em uma fábrica da Suzuki Motor, na Hungria, foi interrompida por uma semana devido a atrasos na chegada de motores e outras peças do Japão. A varejista britânica Marks & Spencer, por sua vez, alertou que a agitação atrasará as novas coleções de primavera de roupas e artigos para o lar que deveriam ser lançadas em fevereiro e março. Desde 19 de janeiro, segundo a Flexport, quase 25% da capacidade de transporte marítimo global está sendo desviada ou será desviada do Mar Vermelho, adicionando milhares de milhas marítimas e uma ou duas semanas às viagens. O custo de enviar um contêiner padrão de 40 pés (60 metros cúbicos) da Ásia para o Norte da Europa aumentou de menos de US$ 1.500,0 em meados de dezembro para quase US$ 5.500,00. Transportar cargas asiáticas para o Mediterrâneo ficou ainda mais caro: quase US$ 6.800,00 em comparação com US$ 2.400,00 em meados de dezembro, segundo a Freightos, a plataforma de reserva de cargas. A situação, contudo, não chega a ser pior do que o registrado na pandemia, informou a Universidade da Califórnia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.