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26/Jan/2024

EUA: resultado do PIB surpreende positivamente

A economia dos Estados Unidos está "bombando" e surpreendendo expectativas do mercado com sua força, ao mesmo tempo em que é acompanhada por desaceleração significativa da inflação. Contudo, o cenário perfeito para o pouso suave desejado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ainda não é garantido frente a diversos riscos internos e externos, o que amplia incerteza sobre o momento apropriado para redução dos juros norte-americanos. Segundo o Departamento do Comércio, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos avançou 3,3% no quarto trimestre de 2023, em ritmo anualizado, bem acima do teto das expectativas. De acordo com a Capital Economics, este desempenho colocou os Estados Unidos na frente de pares do G7, cujas economias enfraqueceram em meio ao aperto monetário dos bancos centrais. A economia dos Estados Unidos ainda está bombando e expandindo de maneira generalizada, afirmou o Commerzbank, que vê a atividade em trajetória bem acima do seu potencial por mais de seis trimestres.

Para o banco alemão, os dados não indicam uma recessão, mas sim um risco elevado de nova aceleração nas pressões inflacionárias, o que não justifica expectativas de cortes em março. Antes da publicação dos dados, a Guide Investimentos compartilhou visão semelhante, apontando que a economia "bombando", o mercado de trabalho apertado e riscos geopolíticos para a inflação norte-americana devem permitir cortes somente a partir do segundo semestre. Uma piora no cenário externo, por exemplo, por meio de uma piora nas tensões do Oriente Médio, pode ampliar riscos de surpresa altista na inflação do país. O Bank of America analisa que o Fed deverá manter opções abertas para março e esperar mais dados sobre inflação, salários e mercado de trabalho, mantendo uma postura "neutra" sobre futuros ajustes nos juros. O CIBC reforça projeção de que o Fed deve segurar os juros até o terceiro trimestre de 2024, considerando que o consumidor foi a força catalisadora do crescimento da atividade, seguido por fortes números de exportações e gastos do governo.

A Capital Economics destaca que existem perspectivas positivas nos dados. A inflação de gastos com o consumo (PCE) teve alta de 1,7% no quarto trimestre e o núcleo subiu 2% no período, ambos desacelerando consideravelmente em relação ao trimestre anterior e próximos à meta de 2% do Fed. Além disso, a Capital projeta que o PIB norte-americano deve desacelerar para menos de 1% no primeiro trimestre e permitir um corte de juros ainda no início da primavera do Hemisfério Norte. Para a Oxford Economics, o Fed poderá iniciar cortes de juros em maio, tendo em vista que, sem grandes surpresas na economia, as probabilidades de um pouso suave aumentaram notavelmente. A consultoria reforça que o relaxamento monetário é necessário para reequilibrar de modo ordenado o mercado de trabalho, uma vez que existem sinais de que a desinflação está em andamento e há moderação no crescimento nominal dos salários. Esta perspectiva parece ser compartilhada pelo mercado. Conforme monitoramento do CME Group, a precificação para início dos cortes em maio seguiu majoritária (90,5%), após os dados.

O Fed já observou que fará cortes antes que a inflação retorne à sua meta de 2%. Há defasagens longas e variáveis de tempo entre as mudanças na política monetária e a economia, portanto, se o Fed quiser realizar um pouso suave, precisará flexibilizar a política monetária em 2024, enfatizou a Oxford. O desempenho impressionante do PIB colocou em segundo plano outra rodada de dados macroeconômicos dos Estados Unidos. Em relatório, o Jefferies nota que os pedidos de auxílio-desemprego semanais e continuados voltaram a subir em níveis semelhantes aos de dezembro, apontando que as chances de um pouso suave do mercado de trabalho aumentaram, mas algum tipo de pouso certamente acontecerá. As vendas de moradias novas também saltaram 8% em dezembro e, conforme a Pantheon, há espaço para que avancem ainda mais, com as taxas mais baixas de hipoteca e a queda nos preços ao nível mais baixo desde setembro de 2021 incentivando a demanda. A atividade nacional, medida pelo Fed de Chicago, caiu a -0,15 em dezembro, enquanto as encomendas de bens duráveis permaneceram estáveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.