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26/Jan/2024

Situação fiscal global preocupando os investidores

A situação fiscal ao redor do globo segue no topo da lista de preocupações dos investidores internacionais, em um ambiente de baixo crescimento econômico e o risco de escalada de tensões geopolíticas. Discussões sobre o tamanho das dívidas soberanas permearam o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, na semana passada. E se esses temas mantêm o mundo em alerta, o caso do Brasil, com um crônico problema de contas públicas, não destoa. A percepção é de que o mundo como um todo não conseguiu “apertar a torneira” dos gastos na esteira da Covid-19, que forçou um afrouxamento fiscal para suportar as economias e, em especial, as populações mais vulneráveis durante a pandemia. Dos tópicos econômicos, o fiscal era o que tinha mais suco.

Para a ASA Investments, a situação está complicada, a dívida ficou alta por causa da pandemia em vários países e há gastos novos como, por exemplo, em defesa, cujas despesas vão aumentar devido ao contexto geopolítico confuso. É justamente essa pressão fiscal que impedirá um ciclo de flexibilização muito forte nos países ricos, em especial, nos Estados Unidos. Os juros vão ser mais altos em parte pela própria dívida ser mais alta e em parte pela reversão da tendência das baixas taxas do passado. Apesar do diagnóstico dos problemas, economistas e executivos veem como difícil uma reversão do cenário. O centro das atenções está, sobretudo, nos Estados Unidos por causa da corrida à Casa Branca neste ano. A leitura tanto de bancos norte-americanos como brasileiros é a de que, independentemente de quem vença o pleito em novembro, não haverá um aperto nas contas públicas dos Estados Unidos.

Enquanto o atual presidente, Joe Biden, promete manter uma gestão expansionista de gastos, o ex-presidente e rival, Donald Trump, fala em repetir uma política de corte de impostos. Na Europa, a situação econômica e fiscal impacta, inclusive, a transição energética, conforme reconheceu o Banco Central Europeu (BCE). No caso brasileiro, foi justamente o ‘nó’ fiscal que fez com que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixasse de comparecer a Davos. Ele decidiu ficar no Brasil para tentar resolver o impasse em torno da desoneração da folha, ainda sem solução. A ausência frustrou espectadores que, a despeito de o fiscal estar na berlinda, veem o ministro com mais conquistas do que derrotas em seu primeiro ano no cargo. Uma dessas conquistas, e que o mercado quer ver preservada, é a meta de déficit zero este ano.

Por mais que seja dada como certa a sua alteração, o fato de o ministro insistir em persegui-la é considerado um sinal positivo. Quanto mais tempo o ministro Fernando Haddad conseguir evitar a mudança da meta, maior a chance de terminar com um déficit que não é zero, mas é mais próximo disso, alertou o Itaú Unibanco. A questão fiscal permanece a ordem do dia, reforçou o Bradesco. A manutenção da meta de déficit zero sinaliza compromisso de responsabilidade fiscal. Ainda assim, a questão fiscal não chega a impedir os investidores estrangeiros de olharem o País, mas exige atenção. O fiscal do Brasil poderia estar pior. Então, o País permanece no limite fiscal, chega mais perto, volta. O investidor precisa estar muito atento a isso, avaliou a UBS Wealth Management. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.