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24/Jan/2024

Brasil: questão fiscal e a atração de investimentos

Segundo a Fitch Ratings, a sustentabilidade das contas públicas e a manutenção da meta de resultado primário do Brasil estarão no centro das atenções do mercado em 2024, e um afrouxamento do compromisso do governo com o controle de gastos traria efeitos negativos para a economia do País. A dívida do Brasil está crescendo e não há trajetória clara de estabilização. Embora o governo esteja avançando com os planos de aumentar a arrecadação de impostos e equilibrar as contas públicas, aprovando uma série de medidas neste sentido em 2023, ainda não se sabe se a arrecadação efetivamente aumentará no ritmo esperado. Se houver frustração neste aspecto, o foco deve se deslocar para a fiscal deste ano, de déficit primário zero.

Se a meta for descumprida, o governo terá de reduzir despesas, mas aponta que há pressão no governo para mexer na meta e evitar cortar gastos, assim como para aproveitar espaços na regra fiscal e reduzir a necessidade de diminuir despesas. O afrouxamento da meta fiscal, porém, pode colocar dúvida em relação à trajetória da dívida e pressão nos juros, assim como deixar menos margem para o Brasil lidar com um cenário eventual de crescimento menor nos próximos anos. Segundo a UBS Wealth Management, o investidor estrangeiro tem interesse pelo Brasil, ainda que o apetite seja limitado, e segue atento aos desdobramentos da situação fiscal no País. Não é muito grande o interesse, mas há curiosidade e vontade de se envolver por parte do investidor estrangeiro.

O principal interesse do "gringo" está na taxa de juros, com a Selic ainda em patamar elevado, em 11,75% ao ano, e o câmbio. Há chances de valorização do Real à frente ao dólar, mas com volatilidade, o que faz com que a moeda flutue entre R$ 4,75 e R$ 5,00. Quanto ao apetite do investidor pelo mercado acionário, o UBS afirmou que a expectativa de queda de juros pode fazer o jogo virar a favor das ações, o que beneficiaria as companhias brasileiras. As ações, talvez, sejam a história de 2024. Com a queda dos juros esperada no mundo e, em especial, nos Estados Unidos, o investidor deve diminuir um pouco a exposição na renda fixa e olhar mais para ações. No entanto, o UBS reforçou a atenção com a situação fiscal do Brasil em um momento em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, luta para manter a meta de déficit primário zero, prometida para este ano.

Essa é uma "questão secular", mas não impede o investidor estrangeiro se relacionar com o País. O fiscal do Brasil poderia estar pior. Então, o País permanece no limite fiscal, chega mais perto, volta. O investidor precisa estar muito atento a isso. A figura macroeconômica do Brasil está "em ordem", com crescimento econômico bom e a inflação tem sido bem controlada. Pode-se citar também a "boa forma" do comércio exterior e a condução da política monetária no País, que permitiu começar a cortar antes os juros em relação aos países desenvolvidos. O Banco Central do Brasil (BC) agiu um ano antes do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), o que é fenomenal. O Brasil está ensinando ao mundo como fazer política monetária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.