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23/Jan/2024

Dólar sobe com programa do governo para indústria

O plano de desenvolvimento do governo Lula para a indústria brasileira, que prevê R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026, foi visto pelo mercado como um fator de risco para o equilíbrio fiscal, fazendo o dólar subir mais de 1% ante o Real nesta segunda-feira (22/01), em movimento sustentado ainda pela recuperação da divisa dos Estados Unidos no exterior. O dólar fechou a R$ 4,98, em alta de 1,23%. Em janeiro, a moeda acumula elevação de 2,81%. No início da sessão, o dólar já sustentava ganhos ante o Real, a despeito de no exterior a divisa estar recuando ante uma cesta de moedas fortes e ante boa parte das divisas de exportadores de commodities. Investidores demonstravam cautela nos negócios à espera do restante da semana, quando saem dados importantes no Brasil e no exterior, além de decisões de política monetária em economias centrais.

No início da tarde, porém, as cotações no Brasil aceleraram, após o governo anunciar o plano “Nova Indústria Brasil”, que prevê linhas de crédito para empresas, subsídios e conteúdo local nos produtos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), dos R$ 300 bilhões previstos para financiamentos até 2026, R$ 106 bilhões já haviam sido anunciados em julho do ano passo. Pela proposta, serão priorizados instrumentos financeiros sustentáveis e crédito para inovação, infraestrutura e exportações, além de subsídios, como os incentivos fiscais. Parte deles, segundo o MDIC, já começou a ser adotada por instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

No mercado, a percepção mais geral foi de que os R$ 300 bilhões anunciados, ainda que possam estar ligados a operações do BNDES, o que não necessariamente trará impacto fiscal, eleva o risco em relação às contas do governo. Em reação, o dólar se reaproximou dos R$ 5,00. Segundo a Correparti Corretora, há uma recomposição de posições defensivas. O programa pode trazer despesas para o governo e o mercado se ajusta, vai para a proteção do dólar. A aceleração das cotações no Brasil também foi favorecida pelo fato de que, no início da tarde, o dólar Index (que compara a moeda ante uma cesta de divisas fortes) recuperou fôlego no exterior, passando a registrar leves altas. Assim, após oscilar pontualmente no negativo no início da sessão, marcando a cotação mínima de R$ 4,92 (-0,07%) e a máxima de R$ 4,99 (+1,35%) à tarde.

Porém, a divisa não teve força para superar os R$ 5,00, um importante nível de resistência técnica, cuja proximidade atrai vendedores de moeda ao mercado. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,09%, a 103,360. O Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de março. Ao longo desta semana, os investidores vão monitorar a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira (25/01), a divulgação de uma série de dados norte-americanos e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) no Brasil, na sexta-feira (26/01). Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.