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23/Jan/2024

Mar Vermelho e impactos no Brasil e América do Sul

Mesmo que a navegação pelo Canal de Suez e Mar Vermelho esteja relacionada à rota Europa-Ásia, o efeito dos ataques do grupo Houthi do Iêmen também deve ser sentido na América do Sul e no Brasil. Contribui para isso a seca do Canal do Panamá, que reduziu a capacidade de navegação em outra rota importante para o comércio global e forçou alguns navios a procurarem outros caminhos. Antes das tensões no Oriente Médio, o Canal de Suez era um deles. A rota de comércio com a China, o principal parceiro comercial do Brasil, por exemplo, se tornou mais lento, menos confiável e mais caro por causa das interrupções no Panamá e no Mar Vermelho.

O Brasil não pode esperar sair totalmente ileso desses efeitos, segundo a Universidade de Hanken (Finlândia). Isso já havia acontecido no passado, com o bloqueio do Canal de Suez com o encalhe do navio Ever Given em 2021. Mas, o impacto mais direto para o País seria causado no comércio com o Oriente Médio. A região consome 29,4% da produção brasileira de proteína animal com destino ao exterior, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A exportação continua, mas pelo Cabo da Boa Esperança e com um custo maior para os países compradores. Dado os atrasos de 15 dias pela nova rota, os preços de carne e frango aumentaram no Oriente Médio, um mercado importante. No Catar, 70% do frango consumido é brasileiro. Para os exportadores brasileiros, o efeito ainda não é sentido.

Em dezembro, o volume de exportações de proteína animal foi o maior da história, com 467 mil toneladas. Este mês, a ABPA estima um volume acima das 400 mil toneladas. É um volume muito bom para o mês de janeiro. A preocupação maior é a longo prazo. Se mantido esse cenário, haverá atrasos maiores. Pela lógica, se está levando 15 dias a mais para ir, a volta também vai custar 15 dias a mais. O Brasil tem a vantagem de possuir diversos parceiros comerciais importantes que não necessitam do Canal de Suez. As exportações brasileiras para a Argentina ou as importações da Alemanha não serão diretamente afetadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.