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19/Jan/2024

Plantas: domesticação muda tamanho e resistência

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Oxford mostrou como a intervenção humana domesticando culturas foi capaz de modificar o microbioma vegetal natural, a comunidade de microrganismos que vivem com as plantas. O microbioma desempenha diversos papéis essenciais para a saúde da planta, como o crescimento das plantas e a tolerância ao estresse. De acordo com a publicação, ainda há evidências que mostram efeitos na resistência à seca e a doença, tornando-o essencial para a produção agrícola sustentável.

Praticamente, todos os vegetais, grãos e frutas de que a humanidade depende provêm de plantas domesticadas com genética estética que diferem de suas versões selvagens. A análise, que consistiu em comparar as espécies domesticadas de phaseolus vulgaris (feijão-comum) e phaseolus lunatus (feijão-lima) com suas versões selvagens, indicou que as sementes, parte vital das culturas de feijão, sofreram mudanças consideráveis com a domesticação. Entre elas, o aumento de tamanho é o mais notável: as sementes domesticadas eram significativamente maiores.

Além disso, foi observado também variações no conteúdo mineral, que impactam diretamente na qualidade das sementes e nas propriedades de cozimento do grão. Entre as alterações, o estudo ainda lista mudanças na estratégia reprodutiva, época de floração, conteúdo mineral, metabólitos secundários e quebra de sementes. A descoberta permite que a ciência desenvolva estratégias alinhado ao melhoramento genético utilizando o próprio microbioma. A compreensão destas associações pode levar ao desenvolvimento de comunidades personalizadas, com características mais resistentes às doenças e condições climáticas extremas, como a seca.

A ideia seria projetar comunidades para proporcionar efeitos positivos à planta hospedeira. Por isso, em trabalhos futuros, o foco da equipe será investigar o efeito da domesticação em outras características das plantas e em uma gama mais ampla de espécies. Assim, os especialistas poderão compreender como determinadas espécies de culturas domesticadas se associam com micróbios específicos, além de descobrir quais são as características benéficas presentes nas espécies selvagens que possam ser reintroduzidas em culturas domesticadas. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.