18/Jan/2024

De acordo com o levantamento da Datagro, a exportação de produtos do agronegócio brasileiro registrou um novo recorde em 2023, em termos nominais, com US$ 166,78 bilhões, aumento de 5% sobre a receita obtida em 2022. Como resultado, a exportação do agronegócio brasileiro representou 49,1% da receita total dos embarques nacionais no ano passado (US$ 339,67 bilhões), o que também é um recorde, em comparação com uma participação de 47,5% em 2022 (o recorde anterior tinha sido em 2020, quando a participação atingiu 48,1%).

O aumento da exportação do agronegócio brasileiro em 2023 foi resultado do crescimento proporcionalmente maior do volume embarcado, cujo índice registrou alta de 17,0%, enquanto o índice de preço do produto exportado caiu 10,3% em 2023, em média. Entre os principais itens do agronegócio, a exportação de açúcar foi o que mais cresceu em 2023 em termos de receita, com US$ 15,77 bilhões ou 42,98% acima da receita gerada em 2022, em virtude da disparada dos preços, impulsionados pelos prognósticos de déficit no balanço mundial da commodity, seguida por sucos de frutas e de vegetais (+20,0%), soja (+14,4%) e milho (+11,8%).

Boa parte do aumento das exportações de milho decorreu da abertura do mercado chinês ao grão brasileiro. Em contrapartida, a receita com as exportações de gorduras e óleos vegetais caiu 33,9% em 2023, seguida por algodão (-16,4%), café (-12,5%) e o complexo de carnes (-7,2%), sobretudo de carne bovina, cuja receita com as exportações caiu 19% em 2023, em virtude especialmente da elevação da oferta de bovinos abatidos. No outro lado da balança, as importações referentes ao setor do agronegócio, o que inclui as importações de fertilizantes e defensivos, caíram 26,5% em 2023 para US$ 43,01 bilhões, principalmente em virtude da queda de mais de 40% nos preços dos insumos agrícolas.

Consequentemente, a participação das importações referentes ao setor do agronegócio nas importações totais brasileiras caiu de 21,5% em 2022 para 17,9% em 2023, o menor nível em 8 anos. O saldo da balança comercial do setor do agronegócio brasileiro, que é a diferença entre as exportações e as importações, cresceu 23,3% em 2023 para US$ 123,77 bilhões. Dessa forma, se não fosse pelo saldo positivo da balança comercial do agronegócio, a balança total comercial brasileira estaria incorrendo em um déficit em torno de US$ 24,9 bilhões, em vez de um superávit de US$ 98,8 bilhões, em 2023.

Ao considerarmos a importação evitada de gasolina em razão do consumo de etanol (em gasolina equivalente) no mercado doméstico (etanol hidratado mais etanol anidro utilizado na mistura com a gasolina), o saldo da balança comercial do agronegócio brasileiro seria contabilmente 10,2% maior em 2023, de US$ 136,4 bilhões, preservando a balança comercial brasileira de aportar um déficit implícito de US$ 38 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.