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15/Jan/2024

Fórum Econômico Mundial sem líderes políticos

Enquanto a elite financeira reforça o casaco e os sapatos para a neve, a liderança política vai novamente estar enfraquecida no Fórum Econômico Mundial (WEF), que acontece nesta semana em Davos, na Suíça. Em meio a crises diversas como a inflação ainda elevada, o foco é olhar para os problemas dentro de casa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além de outros líderes de um ao outro lado do Atlântico não estarão presentes. Isso abre espaço para que, em sua estreia, o novo presidente da Argentina, Javier Milei, roube a cena da América Latina no palanque mundial. Com o tema "Reconstruindo a confiança", o Fórum Econômico Mundial voltou a Davos, entre os dias 14 e 19 de janeiro, para a sua 54ª edição. O evento deve reunir mais de 2.800 líderes, de 120 países, em meio à escalada das tensões geopolíticas com as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia.

No front macroeconômico, a inflação e o baixo crescimento continuam desafiando as economias, e investidores anseiam pelo início do relaxamento monetário no mundo rico, em especial, nos Estados Unidos. O mundo está fraturado e com divisões sociais crescentes, que conduzem à incerteza e ao pessimismo. É preciso reconstruir a confiança no futuro, indo além da gestão de crises, diz o fundador e chairman do WEF, Klaus Schwab. Mas, na prática, os problemas domésticos têm esvaziado a presença de lideranças políticas em Davos. Foi assim no ano passado e o cenário se repete em 2024. Os figurões desta edição incluem o presidente da França, Emmanuel Macron, único representante do G7, grupo das economias mais ricas do mundo, a dar as caras nos alpes suíços. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve participar da abertura e a China também confirmou a ida do seu primeiro-ministro Li Qiang.

Do Brasil, Haddad, Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não vão comparecer a Davos. O único esperado dos três era o ministro da Fazenda, que, neste ano, optou por focar nas questões domésticas do Brasil, em um momento sensível na relação do governo com o Congresso. Fernando Haddad estreou na edição do Fórum de Davos em 2023, o que serviu de pontapé para uma intensa agenda de eventos internacionais, cujo foco foi apresentar o projeto econômico do Brasil e reinserir o País nas mesas de debates globais. Na ocasião, sua participação ganhou ainda mais holofotes pelo fato de o evento ocorrer na esteira dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. Passado um ano, o pano de fundo é outro e o foco são os problemas dentro de casa. Davos, na Suíça, deve atrair mais de 2.800 líderes na 54ª edição do Fórum Econômico Mundial. Apesar do esvaziamento de lideranças em Davos, a Eurasia reconhece a importância do Fórum e dos debates que lá ocorrem.

A produtividade em cinco dias nos alpes suíços equivale a um mês de trabalho. Em 2009, em meio à crise financeira internacional, o Fórum foi um local "útil" para se entender o que estava em jogo e quão grave era a situação. O Fórum Econômico Mundial tem um papel útil a desempenhar, pois reúne pessoas dos setores público e privado e líderes de pensamento de todo o mundo que são capazes de discutir o que está acontecendo no mundo. A cara do Brasil em Davos ficará a cargo do setor privado. Como de costume, a nata financeira deve comparecer, incluindo nomes como o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, o presidente do conselho de administração do BTG Pactual, André Esteves, e o CEO do banco, Roberto Sallouti. Executivos de grandes empresas brasileiras também são esperados, com algumas estreias na edição do Fórum neste ano. É o caso do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e do presidente da Gerdau, Gustavo Werneck.

Do setor público, irão os ministros de Energia, Alexandre Silveira, do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Saúde, Nísia Trindade Lima. O trio participará de um painel dedicado à transformação sustentável do Brasil. Estão previstos ainda nomes como o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e do governador do Pará, Helder Barbalho, além do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn. Parte da comitiva brasileira deve comparecer ainda ao 'Brazil Economic Forum', evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), e que acontece no dia 19 de janeiro, em Zurique, na Suíça. A ausência de Lula e Haddad deve ampliar os holofotes sobre o presidente da Argentina, que, a despeito dos problemas domésticos, fará a sua estreia em Davos. Milei afirmou que a Argentina teve demanda para mais de 60 reuniões bilaterais em sua estreia nos alpes suíços. Dentre os temas de fundo, o amplo pacote de reformas que ele enviou ao Legislativo e o novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê acesso de US$ 4,7 bilhões ao país.

Dos Estados Unidos, o chefe da Casa Branca, Joe Biden, tem preferido não comparecer a Davos. Isso é reforçado nesta edição por este ser um ano de eleições no país. O secretário de Estado, Antony Blinken, o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, e o Enviado Especial da presidência para o Clima, John Kerry, estão previstos. No mundo dos negócios, será um contingente de mais de 1.600 líderes empresariais, sendo mais de 800 CEOs. Dentre eles, destaque para a participação de Sam Altman, CEO da OpenAI, responsável pelo ChatGPT, e que voltou à empresa em meio às pressões de debandada de funcionários da startup norte-americana por conta de sua demissão. Ele falará sobre segurança e confiança na tecnologia, o que deve atrair muitos olhares diante do furor quanto aos impactos da inteligência artificial (IA) mundo afora. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.