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12/Jan/2024

Inflação fecha 2023 dentro da meta do Banco Central

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (11/01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 0,56%, ante uma elevação de 0,28% em novembro. A taxa acumulada pela inflação no ano de 2023 foi de 4,62%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,55% em dezembro, após uma alta de 0,10% em novembro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 3,71% no ano de 2023. Em 2022, o INPC tinha sido de 5,93%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. Todos os nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em dezembro.

Os aumentos foram em Alimentação e bebidas (1,11%, impacto de 0,23%), Transportes (0,48%, impacto de 0,10%), Saúde e cuidados pessoais (0,35%, impacto de 0,05%), Despesas pessoais (0,48%, impacto de 0,05%), Educação (0,24%, impacto de 0,02%), Habitação (0,34%, impacto de 0,05%), Comunicação (0,04%, impacto de 0,0%), Vestuário (0,70%, impacto de 0,03%) e Artigos de residência (0,76%, impacto de 0,03%). Apenas 1 das 16 regiões investigadas registrou deflação em dezembro, as outras 15 tiveram avanços. O resultado mais baixo foi verificado em Aracaju (SE), -0,29%, enquanto o mais elevado ocorreu em Rio Branco (AC), 0,90%. A alta de 8,87% na passagem aérea exerceu a maior pressão sobre a inflação de dezembro, uma contribuição de 0,08% para a taxa de 0,56% registrada no mês pelo IPCA.

Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de dezembro o emplacamento e licença (0,05%), arroz (0,04%), batata-inglesa (0,04%) e plano de saúde (0,03%). Na direção oposta, os principais alívios partiram da gasolina (-0,02%), automóvel usado (-0,01%), leite longa vida (-0,01%), etanol (-0,01%) e ônibus urbano (-0,01%). A inflação medida pelo IPCA fechou novembro com alta de 0,28%, ante um avanço de 0,24% em outubro. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,63% em novembro, após alta de 0,31% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,13% para o IPCA, que subiu 0,28% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,75% em novembro, após ter avançado 0,27% no mês anterior.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,32% em novembro, ante alta de 0,42% em outubro. Os preços de Transportes subiram 0,27% em novembro, após alta de 0,35% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,06% para o IPCA. Os preços de combustíveis tiveram queda de 1,58% em novembro, após recuo de 1,39% no mês anterior. A gasolina caiu 1,69%, após ter registrado queda de 1,53% em outubro, enquanto o etanol recuou 1,86% nesta leitura, após queda de 0,96% em outubro. A safra agrícola recorde ajudou a deter a inflação de alimentos em 2023. O custo das famílias com Alimentação e bebidas subiu 1,03% no ano, uma contribuição de 0,23% para a taxa de 4,62% registrada pelo IPCA. A variação do grupo Alimentação e bebidas encerrou 2023 com o menor resultado desde 2017, quando havia recuado 1,87%. Foi uma combinação de fatores. O ano de 2023 teve safras muito boas, principalmente a safra de grãos.

E os preços das commodities agrícolas tiveram redução no mercado internacional. Isso contribui para uma redução nos preços de diversos alimentos, como carnes, frango. A redução no preço dos grãos diminui o custo da criação de animais através da ração. Além disso, houve uma oferta maior de proteína animal no mercado doméstico, contribuindo para a queda nos preços em 2023. O custo da alimentação no domicílio caiu 0,52% em 2023. As famílias pagaram menos pelo óleo de soja (queda de 28,00% e impacto de -0,09% para o IPCA de 2023), frango em pedaços (-10,12% e -0,07%) e carnes (-9,37% e -0,27%). Os preços do óleo de soja recuaram em 10 dos 12 meses de 2023. Os preços das carnes e do frango em pedaços caíram de janeiro a setembro e, a partir de outubro, voltaram a registrar alta.

A alimentação fora do domicílio subiu 5,31% em 2023: a refeição teve aumento de 4,34%, e o lanche avançou 7,24%. Os gastos maiores com transportes deram a principal contribuição para a inflação oficial no País em 2023. A alta de 12,09% na gasolina fez o item exercer a maior pressão no ano, responsável por 0,56% da taxa de 4,62% apurada pelo IPCA de 2023. A gasolina teve reoneração de tributos federais e teve também mudança na cobrança de ICMS ao longo de 2023. A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA. O grupo Transportes teve aumento de preços de 7,14% em 2023, impacto de 1,46% no IPCA. Além da gasolina, destaca-se a alta de 21,22% no emplacamento e licença, segundo maior impacto no IPCA, de 0,53%.

A alta nos preços dos automóveis em 2022 se refletiu na cobrança do IPVA em 2023, então foi um fator que contribuiu no IPCA do ano. Outro encarecimento relevante foi o das passagens aéreas, que subiram 47,24% e contribuíram com 0,32% no acumulado do ano, quinta maior pressão sobre o IPCA. Os preços dos automóveis novos avançaram 2,37% em 2023, após aumento de 8,19% em 2022. Os automóveis usados recuaram 4,80% em 2023. Os aumentos de preços de itens não alimentícios foram responsáveis por 95% da inflação oficial no País em 2023. Enquanto os itens alimentícios subiram 1,03% em 2023, os preços dos não alimentícios avançaram 5,62%, uma contribuição de 4,39% para a taxa de 4,62%. Entre os 10 itens de maior impacto, que responderam juntos por quase 65% do IPCA em 2023, apenas 2 eram de alimentos: refeição fora de casa (alta de 4,34%) e arroz (24,54%).

Os demais eram não alimentícios: gasolina (12,09%), emplacamento e licença (21,22%), plano de saúde (11,52%), energia elétrica residencial (9,52%), passagem aérea (47,24%), taxa de água e esgoto (10,08%), ensino fundamental (10,63%) e condomínio (6,74%). No caso do plano de saúde, em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou o teto para reajuste dos planos individuais novos (posteriores à lei nº 9.656/98) em 9,63% para o período de maio de 2023 a abril de 2024. A partir de outubro, foram incorporadas as frações referentes aos planos antigos, com vigência retroativa a julho. Destaca-se, ainda, a alta de 5,83% dos produtos farmacêuticos.

Em 31 de março de 2023, passou a valer o reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos. A alta na energia elétrica residencial no ano ocorreu a despeito de ter vigorado, ao longo de todo o ano de 2023, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas faturas. Ainda em habitação, ficaram mais caros em 2023 a taxa de água e esgoto (10,08%), o condomínio (6,74%) e o aluguel residencial (3,21%). Por outro lado, houve queda de 6,89% no gás de botijão, com impacto de -0,10% no IPCA do ano. Ao longo de 2023, houve diversas reduções aplicadas pela Petrobras, e isso acabou se refletindo para o consumidor final. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.