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11/Jan/2024

Grãos: 4º Levantamento Conab da safra 2023/2024

De acordo com o 4º Levantamento para a safra 2023/2024, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (10/01), a produção brasileira de grãos na safra 2023/2024 deve alcançar 306,37 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 4,2%, ou 13,5 milhões de toneladas a menos, em comparação com a temporada anterior 2022/2023, que foi de 319,86 milhões de toneladas. Em comparação com a pesquisa anterior, de dezembro, houve uma queda de 1,9%, ou 5,93 milhões de toneladas. No geral, as condições climáticas instáveis, com chuvas escassas e mal distribuídas aliadas a altas temperaturas na região central do País, além de precipitações volumosas na Região Sul, provocaram e ainda persistem no atraso do plantio da safra, além de influenciarem de maneira negativa no potencial produtivo das lavouras.

Em relação à intenção de plantio, o levantamento estima área de 78,78 milhões de hectares na safra 2023/2024, com pequeno aumento de 0,3% em comparação com a safra anterior (78,55 milhões de hectares). A atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos. As dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que causam incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores. Principal cultura cultivada no País, a soja deve apresentar uma produção de 155,27 milhões de toneladas, representando uma quebra de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas. Em relação à temporada anterior (154,61 milhões de toneladas), a projeção é de pequeno aumento de 0,4%. Chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas influenciaram de maneira negativa tanto no plantio como no desenvolvimento das lavouras.

As condições climáticas também foram determinantes para alguns produtores migrarem para outras culturas, contribuindo para a redução da área em relação ao levantamento divulgado em dezembro. No caso do milho, a produção total está estimada em 117,60 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior (131,85 milhões de toneladas). A queda é reflexo de uma menor área plantada e de uma piora na expectativa de rendimento das lavouras. A safra de verão (1ª safra 2023/2024) do cereal, que representa 20,7% da produção, vem passando por situações adversas como, elevadas precipitações nos Estados da Região Sul, baixa pluviosidade acompanhada pelas altas temperaturas na Região Centro-Oeste. A safra de verão (1ª safra 2023/2024) está projetada em 24,38 milhões de toneladas, queda de 10,9% ante o período anterior (27,37 milhões de toneladas). Quanto à 2ª safra de milho 2024, além de avaliar os custos, as decisões dos produtores dependem de fatores climáticos, de disponibilidade de janela para o plantio e dos preços de mercado.

A estimativa para a 2ª safra de 2024 do cereal é de 91,24 milhões de toneladas, também queda de 10,9% ante a safra anterior (102,37 milhões de toneladas). No casado do algodão, é esperado um crescimento na área cultivada de 6,2% sobre a safra 2022/2023. Com a semeadura se aproximando de 32% no País, a área estimada em cerca de 1,77 milhão de hectares poderá variar, já que parte da área que deveria ser replantada com soja em Mato Grosso poderá ser utilizada com o plantio da fibra. Atualmente, a projeção é de uma colheita de 3,10 milhões de toneladas de pluma, queda de 2,3% em comparação com 2022/2023 (3,17 milhões de toneladas). Outro importante produto para os brasileiros, o arroz tem uma estimativa de produção de 10,76 milhões de toneladas, aumento de 7,2% ante 2022/2023 (10,03 milhões de toneladas). Se por um lado os preços do cereal foram incentivos para o aumento de área em alguns Estados produtores, por outro, o atraso no plantio, o volume excessivo de chuvas ou de períodos de veranicos que ocorreram em regiões diversas, além das dificuldades nos tratos culturais, são variáveis para o registro de impactos desfavoráveis na produtividade.

Para o feijão é esperada uma estabilidade na produção, quando se compara com a safra passada, alcançando colheita de 3,03 milhões de toneladas, leve queda de 0,2% ante 2022/2023 (3,04 milhões de toneladas). Porém, o plantio da 1ª safra da leguminosa caminha para a conclusão e vem apresentando alterações negativas, por causa da instabilidade do clima. Com a colheita encerrada, o trigo registra uma produção de 8,1 milhões de toneladas. Até o início da fase reprodutiva, as condições climáticas vinham beneficiando a cultura, com perspectivas de uma safra recorde semelhante à de 2022. Mas, a partir de setembro, teve início o período com chuvas excessivas que persistiu até a colheita, situação que causou perdas na produtividade. Apesar de a safra 2023/2024 se encaminhar para ser 4,2% inferior à colhida na temporada anterior, a produção ainda será a segunda maior da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Esta safra enfrenta desafios climáticos, com seca e chuva. As condições climáticas afetam sobretudo a produtividade. Em relação à previsão de dezembro, a estimativa foi cortada em 5,93 milhões de toneladas (ou -1,9%). Os números divulgados nesta quarta-feira (10/01) refletem as condições encontradas nas lavouras em dezembro (mês de levantamento em campo). O El Niño se reflete na produtividade e na decisão de plantio dos produtores. As condições climáticas foram adversas principalmente para soja e milho e mostram os efeitos do extremo climático nesta safra, com muitas chuvas na Região Sul e déficit de precipitação nas Regiões Centro-Oeste e Norte. Sobre a 2ª safra de grãos, a decisão de área a ser cultivada ainda está sendo tomada pelos agricultores e depende de fatores climáticos. O plantio da 2ª safra de 2024 tem início a partir deste mês e será mensurada com dados de campo a partir de fevereiro. Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.