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08/Jan/2024

Alimentos contribuirão menos com inflação de 2024

A contribuição positiva dos alimentos para a queda da inflação vista neste ano tende a não se repetir em 2024, pelo menos não na mesma intensidade. O cenário de preços de commodities agrícolas ainda é incerto, em virtude da indefinição quanto à safra de grãos em andamento. Mas os alimentos não trarão o alívio ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que proporcionaram em 2023. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) não vê maior contribuição dos produtos agropecuários na inflação em 2024. A ajuda para redução da inflação por meio dos alimentos não haverá. A dúvida é se haverá pressão inflacionária pelos alimentos, mas, por enquanto, não há indicativos de pressão generalizada mesmo com sinais de alta de preços em algumas cadeias, segundo o Ipea. O arroz, produto de peso na cesta da inflação, não deve subir em virtude da perspectiva de maior produção, enquanto o açúcar deve manter movimento de alta.

A tendência é de que volte ao ciclo normal. A melhora da inflação vinha sendo puxada pelos alimentos, mas não há como perdurar por muito tempo pelos mecanismos de oferta e demanda e perspectiva de estabilidade. A tendência é de uma maior pressão inflacionária pelos alimentos em 2024. Culturas que estão sendo colhidas em 2024, como feijão, já subiram de preços, o que também pode ser visto na safra de verão com o El Niño em andamento. 2024 não será tão favorável à inflação de alimentos, mas não deve haver um movimento tão forte ou explosivo como foi na pandemia. Ainda é cedo para mensurar porque é preciso acompanhar como a safra de grãos e a 2ª safra irão se desenrolar. Ainda há uma série de dúvidas em relação à produção. A perspectiva de inflação de alimentos precisa considerar sobretudo culturas com peso na cesta, como feijão, arroz e hortifrútis.

Essas são culturas que têm sido afetadas pelo clima e que podem ser fator de alta na inflação. Não veremos um viés de alta como foi em 2022, apenas se a produção for bastante afetada, ao contrário do que as previsões mostram. Deverá haver uma correção de preços no Grupo Alimentação. O agronegócio não vai contribuir tanto para a formação do PIB, mas não será o setor o responsável pelo aumento da inflação. Esse cenário de menor alívio dos alimentos na inflação pode contribuir para desacelerar o ciclo de queda de juros, dada a elevada participação dos produtos alimentícios no índice, a depender do comportamento dos outros componentes da cesta. Já existe uma expectativa nesse sentido no mercado, de preços um pouco maiores e esfriamento da queda de juros. Alimentos deixarão de ser item positivo para sinal negativo, mas sem grandes altas à vista. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.