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18/Dec/2023

IBGE: Produto Interno Bruto dos Municípios em 2021

De acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (15/12), apenas 11 municípios detinham quase um quarto (24,4%) da economia brasileira em 2021. Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram: São Paulo/SP (com uma fatia de 9,2% do PIB brasileiro), Rio de Janeiro/RJ (4,0%), Brasília/DF (3,2%), Belo Horizonte/MG (1,2%), Manaus/AM (1,1%), Curitiba/PR (1,1%), Osasco/SP (1,0%), Maricá/RJ (1,0%), Porto Alegre/RS (0,9%), Guarulhos/SP (0,9%) e Fortaleza/CE (0,8%). Os resultados do PIB dos Municípios mostram que municípios das capitais e demais agregações municipais de maior participação no PIB brasileiro, por concentrarem as atividades de serviços presenciais, foram os mais afetados pelas medidas restritivas de isolamento decorrentes da pandemia de Covid-19, ao longo de 2020, apresentando queda nominal (na atividade econômica), entre 2019 e 2020.

Estes grupos de municípios, entre 2020 e 2021, tiveram aumento nominal (no PIB); porém, em termos de participação não conseguiram retomar ao patamar de 2019, apesar da recuperação econômica verificada no âmbito nacional e regional, alavancada pelos serviços. Portanto, a tendência de desconcentração econômica municipal identificada ao longo da série histórica e intensificada em 2020, foi mantida. Um terço do PIB estava concentrado em 25 municípios. Em 2021, quando somados os 25 municípios brasileiros mais ricos chegava-se a 33,0% do PIB brasileiro. Se considerados os 87 municípios mais ricos, chegava-se à metade (50%) do PIB nacional, mas somente 36,7% da população residente do País. Os 100 municípios mais ricos somavam 52,2% do PIB do Brasil em 2021. Por outro lado, os 1.306 municípios com as menores economias detiveram cerca de 1% do PIB nacional, mas respondiam por 3,1% da população brasileira.

Há pouco mais de duas décadas, em 2002, apenas quatro municípios somados já representavam cerca um quarto do PIB nacional: São Paulo perdeu 3,5% de participação entre 2002 e 2021; Rio de Janeiro perdeu 2,3%; Brasília, -0,4%; e Belo Horizonte, -0,4%. Em relação ao ano anterior, ou seja, na passagem de 2020 para 2021, as cinco maiores quedas de participação foram registradas por São Paulo, - 0,6%; Rio de Janeiro, -0,4%; Brasília, -0,3%; Belo Horizonte, -0,1%; e Porto Alegre, -0,1%. O município de Maricá/RJ contabilizou o maior ganho de participação no PIB em 2021, alta de 0,5%; seguido por Saquarema/RJ, 0,3%; Niterói/RJ, com 0,2%; São Sebastião/SP, 0,1%; e Campos dos Goytacazes/RJ, 0,1%. Os cinco maiores avanços de participação no PIB são explicados pelo setor de extração de petróleo e gás. A indústria extrativa explica muito do ganho de participação no PIB dos municípios com expansão.

As cinco maiores perdas estiveram atreladas aos serviços, incluindo atividades financeiras, administração pública e atividades profissionais científicas e técnicas. As capitais têm menor participação no PIB. Quinze 15 capitais figuraram entre as maiores perdas de participação no PIB nacional, incluindo as cinco primeiras posições. As capitais registraram em 2021 a menor participação no PIB desde o início da série histórica. Em 2002, as capitais respondiam por 36,1% do PIB, descendo a 29,7% em 2020, diminuindo ainda mais em 2021, a 27,6%. Houve também manutenção da tendência de redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos no PIB de 2021. Em 2020, as duas maiores Concentrações Urbanas do País, Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP, somaram 23,6% do PIB nacional, mas essa participação desceu a 23,2% em 2021.

A concentração urbana de São Paulo/SP saiu de uma fatia de 16,2% em 2020 para 15,4% do PIB brasileiro em 2021, queda de 0,8%. O Rio de Janeiro/RJ, por outro lado, aumentou sua participação de 7,4% para 7,8% do PIB brasileiro, alta de 0,4%. Ademais, é possível verificar que o agregado das 10 maiores Concentrações Urbanas brasileiras apresentou também redução em sua participação relativa na economia nacional. Em 2020, essas Concentrações Urbanas somaram 40,5% do PIB e, em 2021, essa participação caiu para 39,5% (redução de 1%). Das 185 concentrações urbanas existentes no Brasil, 132 perderam participação no PIB nacional entre 2020 e 2021, enquanto 53 aumentaram. A densidade econômica no País, que mede a produção de riqueza pela área, foi de R$ 1,061 milhão por quilômetro quadrado em 2021.

Nove dos dez municípios com as maiores densidades econômicas estavam no estado de São Paulo. O município de Osasco (SP) gerou o maior valor por quilômetro quadrado, R$ 1,326 bilhão, seguido por São Caetano do Sul/SP (R$ 1,015 bilhão por quilômetro quadrado), Barueri/SP (R$ 883,2 milhões por quilômetro quadrado) e Diadema/SP (R$ 601,5 milhões por quilômetro quadrado). Em quinto lugar no ranking, o município de São Paulo rendeu R$ 545 milhões por quilômetro quadrado. Na concentração urbana de São Paulo/SP, o quilômetro quadrado produziu R$ 194 milhões, enquanto a concentração urbana do Rio de Janeiro/RJ gerou R$ 116,9 milhões. Em 2021, o município de Catas Altas, no estado de Minas Gerais, registrou o maior PIB per capita do País: R$ 920.833,97, puxado pela extração de minério de ferro. No mesmo ano, o PIB per capita brasileiro foi de R$ 42.247,52.

No segundo lugar do ranking de maior PIB per capita ficou Canaã dos Carajás, no Pará, seguido por São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), Itatiaiuçu (MG), Presidente Kennedy (ES), Conceição do Mato Dentro (MG), Maricá (RJ), Saquarema (RJ), Paulínia (SP) e Campos de Júlio (MT). No extremo oposto, três municípios do Maranhão tinham os menores PIB per capita em 2021: Santana do Maranhão (MA), com R$ 5.407,66; Primeira Cruz (MA), com R$ 5.732,25; e Matões do Norte (MA), com R$ 5.737,04. Entre os Municípios das Capitais, Brasília (DF) teve o maior PIB per capita, com R$ 92.732,27, enquanto Salvador (BA) registrou o menor resultado, R$ 21.706,06. Em 2021, 43,2% dos municípios brasileiros, ou 2.409 deles, tinham como principal atividade econômica a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social. Nos estados do Amazonas, Roraima, Amapá e Paraíba, o percentual de municípios dependentes da administração pública superou 90%.

Por outro lado, o Paraná teve apenas 6,3% dos municípios com a economia dependente da administração pública. Dos 358 municípios que tinham a Indústria de Transformação como atividade principal em 2021, 293 estavam nas Regiões Sudeste e Sul. O número de municípios brasileiros onde a Agricultura era a atividade principal subiu de 1.049 em 2020 para 1.272 em 2021. O estado de Mato Grosso teve a maior proporção de municípios dependentes da Agricultura (56,0%), seguido pelo Mato Grosso do Sul (53,2%) e Rio Grande do Sul (48,9%). Em 2021, cerca de um quarto do valor adicionado bruto da Agropecuária teve origem em 106 municípios, sendo que 57 deles estavam na Região Centro-Oeste, sustentados, em sua maioria, pela produção de grãos e de algodão herbáceo. Os cinco maiores valores foram gerados por Sapezal (MT), Sorriso (MT), São Desidério (BA), Diamantino (MT) e Campo Novo do Parecis (MT), que, juntos, somaram 3,6% do valor adicionado bruto da Agropecuária em 2021. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.