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15/Dec/2023

G20: ambições do Brasil na presidência do grupo

Enquanto luta pela meta de resultado primário zero em 2024, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os países precisam aumentar o espaço fiscal para apoiar investimentos públicos de qualidade para combater a desigualdade e impulsionar uma transição energética justa. O Brasil quer discutir estratégias para atrair investimentos e acelerar planos sustentáveis, como o Plano Brasileiro de Transformação Ecológica, afirmou, durante abertura da reunião da trilha financeira do G20. O Brasil está particularmente preocupado com o fortalecimento dos bancos multilaterais de desenvolvimento, para que se tornem maiores, melhores e mais eficazes. O País vai contribuir para o diálogo global em curso sobre a governança e a estratégia dos bancos multilaterais. Garantir uma verdadeira rede de segurança financeira global depende de fluxos, mas também do cumprimento dos compromissos de longa data dos membros sobre a representação de emergentes.

O ministro disse ainda que quer discutir o peso da dívida de países de baixo e médio rendimento, de forma estrutural e preventiva, para que países endividados também tenham espaço para definirem suas agendas. A agenda do G20 é ambiciosa e as delegações dos países membros têm um longo caminho pela frente até a reunião de cúpula do grupo, em novembro de 2024. A luta contra a fome e a desigualdade, desenvolvimento sustentável e transição energética, e a reforma da governança global: essa é a agenda que o Brasil gostaria de avançar no G20. É uma agenda ambiciosa, e fazê-la avançar em circunstâncias desafiadoras não será fácil. Haddad voltou a dizer que o mundo vive uma "policrise", com catástrofe ambiental batendo à porta e aumento da fragmentação geopolítica. O progresso na erradicação da fome e pobreza extrema estagnou desde a pandemia.

A desigualdade global de riqueza e de renda atingiu níveis inaceitáveis. As condições financeiras e monetárias estão mais restritivas e o aumento da dívida é uma preocupação em todo o mundo. Vários países já têm dívidas grandes demais. O ministro considerou ainda que os bancos multilaterais e organizações internacionais "não estão bem equipados" para enfrentar os desafios do mundo atual. O trabalho do Brasil no G20 ao longo de 2024 será uma ponte com a COP30, que será sediada no Brasil, na cidade de Belém (PA), em 2025. O ministro defendeu a revisão dos fundos climáticos existentes, com o direcionamento de fluxos maciços de recursos para o chamado Sul Global. O Brasil inicia um ciclo de protagonismo ainda maior em termos de financiamento climático. A ideia é melhorar a eficiência dos fluxos financeiros para os países que mais necessitam de recursos para proteger ativos ambientais estratégicos e cumprir as suas metas de descarbonização de forma justa e equitativa.

Haddad disse estar otimista com o grupo de trabalho do G20 para a área de Infraestrutura e listou quatro prioridades da presidência brasileira: o financiamento de infraestruturas resistentes às alterações climáticas; serviços de infraestruturas e políticas de redução da pobreza; a mitigação dos riscos cambiais no financiamento de projetos de infraestruturas; e estratégias para a construção de infraestruturas transfronteiriças. Este é um exemplo do que é considerada uma agenda ambiciosa, mas realista, cujos resultados podem ter um impacto real. O ministro destacou ainda que o Grupo de Trabalho Conjunto para Finanças e Saúde continuará dando atenção especial às vulnerabilidades e riscos sociais e econômicos decorrentes de pandemias. Ao mesmo tempo, serão acolhidas novas ideias promissoras, tais como acordos de troca de 'dívida por saúde'. Isto é uma via para abordar as vulnerabilidades fiscais nos países de baixo renda e mobilizar recursos para investimento nos seus sistemas de saúde. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.