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14/Dec/2023

Projeções da economia global e brasileira em 2024

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) espera que o crescimento econômico global continue desacelerando em relação ao pico pós-pandemia de Covid-19, mas continue sólido em 2024, estimado em 3%. A atividade econômica voltou ao nível pré-pandemia de Covid-19. Ainda para 20224, a projeção é de expansão dos Estados Unidos (2,0%), da América Latina (2,1%, ou 2,6% excluindo Argentina) e da China (5,0%) acima do consenso do mercado. Sozinha, a economia do Brasil deverá ampliar 2,4%. A economia da zona do euro, por sua vez, deverá crescer 0,6%. A previsão é de um processo de desinflação globalmente mais veloz do que o consenso do mercado espera. O instituto afirmou estar mais certo de que o choque da Covid-19 na inflação está finalmente indo embora, e que não transbordou para algo mais estrutural. Há ainda espaço para a inflação surpreender para baixo, principalmente na zona do euro. A reversão dos gargalos na oferta provocados pela Covid-19 continuará puxando a inflação para baixo em 2024, especialmente na Europa.

A combinação de crescimento e desinflação favorecem a entrada de capital para mercados emergentes excluindo China. Está evidente que choque da Covid-19 na inflação não transbordou para inflação mais ampla. O Produto Interno Bruto (PIB) da China deve crescer 5,2% em 2023 e desacelerar a 5,0% no ano que vem, ainda enfrentando as sequelas de uma recessão imobiliária que afeta o país, mas estimulado por políticas de incentivo locais e apoiado pela demanda reprimida da população durante a pandemia. Há vários fatores que parecem destinados a apoiar o crescimento da produção da China no ano que vem, com o setor imobiliário voltando à estabilidade e reduzindo seu papel de freio de crescimento como nos últimos dois anos. Junto disso, o mundo deve ver uma recuperação moderada da demanda por bens de consumo, juntamente com uma recuperação acima da média no setor tecnológico. O governo chinês deve manter seus incentivos à demanda e aumentar seus gastos no último trimestre de 2024, fomentando o crescimento no curto prazo.

Todo este contexto deve proporcionar um impulso mais robusto do que o consenso e afastar a economia de pressões deflacionárias. No câmbio, apesar do início de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) aguardados para o ano que vem, isso não deve ser suficiente para reverter o quadro entre dólar e yuan, considerando a postura conciliatória do Banco do Povo da China (PBoC). Porém, foi feito um alerta para as constantes deteriorações das relações do país com o Ocidente, que se consolida como o principal risco negativo à economia chinesa. Os embargos tecnológicos já existentes tendem a pesar sobre os fluxos de capital para a China em 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina vai recuar 2,2% em 2023 e cair 1,3% em 2024, em meio a dificuldades do novo governo para evitar uma "crise total" sem apoio político interno. A queda menor do PIB depende da capacidade do novo governo para lidar com um contexto de financiamento externo complicado, em meio à dívida bilionária que o país tem com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A análise é que há muitos riscos para o crescimento do país, visto que uma execução demasiado ambiciosa da agenda de reformas do país pode afundar ainda mais as condições econômicas e sociais. Além disso, a tentativa de dolarização do presidente Javier Milei pode minar a confiança de investidores. Sem apoio político suficiente, os desafios de implementação de políticas poderão resultar mais tarde em tensões sociais e problemas de governabilidade. A Argentina deve cortar despesas em 2024, repor reservas estrangeiras com um ajuste cambial rigoroso, e renegociar parte das dívidas com o FMI. Tudo isso associado deve desacelerar a alta da inflação. Em 2024, a redução de importações e a recuperação de exportações no país deve dar algum fôlego à crise. A Argentina lida com um cenário complicado, após o governo de Alberto Fernández ter emitido estímulos fiscais pré-eleitorais para aumentar a popularidade de seu candidato que custaram cerca de 2% do PIB do país, financiado por uma impressão de pesos e controles cambiais que impulsionaram ainda mais a alta de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.