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13/Dec/2023

Inflação: alimentos puxam alta no mês de novembro

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (12/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou novembro com alta de 0,28%, ante um avanço de 0,24% em outubro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 4,04%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,68% até novembro, ante taxa de 4,82% até outubro. A alta de 0,28% registrada pelo IPCA em novembro foi o resultado mais baixo para o mês desde 2018, quando houve recuo de 0,21%. No mês de novembro de 2022, o IPCA tinha sido de 0,41%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo segundo mês consecutivo, passando de 4,82% em outubro para 4,68% em novembro, a mais branda desde agosto deste ano, quando estava em 4,61%. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, mas a faixa de tolerância em relação à meta vai até 4,75%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,10% em novembro, após uma elevação de 0,12% em outubro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 3,14% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 3,85%, ante taxa de 4,14% até outubro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,63% em novembro, após alta de 0,31% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,13% para o IPCA, que subiu 0,28% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,75% em novembro, após ter avançado 0,27% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,32%, ante alta de 0,42% em outubro. Os preços de Transportes subiram 0,27% em novembro, após alta de 0,35% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,06% para o IPCA.

Os preços de combustíveis tiveram queda de 1,58% em novembro, após recuo de 1,39% no mês anterior. A gasolina caiu 1,69%, após ter registrado queda de 1,53% em outubro, enquanto o etanol recuou 1,86% nesta leitura, após queda de 0,96% na última. As famílias brasileiras gastaram 0,48% a mais com habitação em novembro, uma contribuição de 0,07% para a taxa de 0,28%. A energia elétrica residencial aumentou 1,07%. A taxa de água e esgoto subiu 1,02%. O gás encanado aumentou 0,29%. O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 53% em outubro para 52% em novembro. A difusão de itens alimentícios passou de 57% em outubro para 58% em novembro. A difusão de itens não alimentícios saiu de 49% em outubro para 46% em novembro. Três dos nove grupos do IPCA registraram quedas de preços em novembro.

As deflações ocorreram em Comunicação (-0,50%, impacto de -0,02%), Vestuário (-0,35%, impacto de -0,02%) e Artigos de residência (-0,42%, impacto de -0,01%). Houve aumentos em Alimentação e bebidas (0,63%, impacto de 0,13%), Transportes (0,27%, impacto de 0,06%), Saúde e cuidados pessoais (0,08%, impacto de 0,01%), Despesas pessoais (0,58%, impacto de 0,06%), Educação (0,02%, impacto de 0,00%) e Habitação (0,48%, impacto de 0,07%). Quatro das dezesseis regiões investigadas pelo IBGE registraram deflação em novembro. O resultado mais baixo foi verificado em São Luís (MA), -0,39%, enquanto o mais elevado ocorreu no Rio de Janeiro (RJ), 0,57%. A pressão sobre a inflação da alta de 19,12% na passagem aérea foi parcialmente compensada pelo alívio advindo da queda de 1,69% no preço da gasolina. O ranking de maiores pressões sobre o IPCA de novembro foi puxado por passagem aérea (0,14%), emplacamento e licença (0,05%), energia elétrica (0,04%), cebola (0,04%) e plano de saúde (0,03%).

Na direção oposta, os principais alívios partiram da gasolina (-0,09%), perfume (-0,03%), aparelho telefônico (-0,02%), tomate (-0,02%) e automóvel usado (-0,01%). Problemas climáticos, como excesso de chuvas e a onda de calor que afetou o País, prejudicaram a colheita nas lavouras, elevando os preços de alguns itens alimentícios em novembro. O avanço no custo da alimentação respondeu por quase metade da inflação de 0,28% registrada pelo IPCA de novembro, uma contribuição de 0,13%. O grupo Alimentação e bebidas passou de uma alta de 0,31% em outubro para aumento de 0,63% em novembro. A alimentação para consumo no domicílio subiu 0,75% em novembro. As famílias pagaram mais no mês pela cebola (26,59%), batata-inglesa (8,83%), arroz (3,63%) e carnes (1,37%). Os problemas climáticos afetaram os produtos mais sensíveis ao clima, por isso os preços subiram em novembro.

No caso das carnes, a pressão no preço ocorre um período prolongado de quedas, além de responder também a um ciclo natural de produção da pecuária. Observou-se quedas consecutivas no preço da carne desde o final do ano passado, influenciadas, principalmente, por uma maior disponibilidade de carne no mercado. Então, com aquelas altas no preço da carne em 2022, os produtores passaram a ampliar o número de abates, o que reduziu o número de matrizes. A partir do momento que teve mais abates, aumentou a disponibilidade, pressionando os preços. Agora, há menos matrizes, menos nascimentos de bezerros, o que acaba resultando numa restrição da oferta. Na direção oposta, ficaram mais baratos em novembro o tomate (-6,69%), cenoura (-5,66%) e leite longa vida (-0,58%). A temperatura mais alta acelera a maturação do tomate. Os produtores foram obrigados a disponibilizar mais o produto no mercado. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,32% em novembro.

A refeição fora de casa subiu 0,34%, e o lanche aumentou 0,20%. Apesar da alta em novembro, o grupo Alimentação e bebidas tem contribuído para reduzir o resultado do IPCA. O grupo acumula um avanço de apenas 0,57% em 12 meses. No ano, de janeiro a novembro de 2023, o grupo Alimentação e bebidas recua 0,08%. Então, esse resultado do grupo Alimentação e bebidas tem contribuído para reduzir o resultado do IPCA. O País teve safra recorde de grãos em 2023 e maior disponibilidade das carnes. A queda nos preços dos grãos contribui para redução no custo de produção de carne, pois são insumos para ração animal. São fatores que têm contribuído para a queda no grupo de Alimentação e bebidas. A alimentação no domicílio acumula redução de 1,83% no ano até novembro. Os preços das carnes acumulam queda de 9,87% de janeiro a novembro de 2023. Os preços das aves e ovos acumulam recuo de 7,57% no ano, enquanto os óleos e gorduras já caíram 16,41%. Os preços de tubérculos, raízes e legumes diminuíram 11,23% no ano. O feijão-carioca acumula queda de 24,22%.

A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de um aumento de 0,59% em outubro para uma alta de 0,70% em novembro. A alta nos serviços foi influenciada, principalmente, pelas passagens aéreas e outros itens relacionados ao turismo, que costumam ter demanda maior nessa época do ano. Passagem aérea, transporte por aplicativo, hospedagem, pacote turístico, aluguel de veículos são itens mais demandados nessa época de fim de ano, além dos feriados no mês de novembro. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de recuo de 0,03% em outubro para alta de 0,16% em novembro. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,45% em outubro para 6,05% em novembro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 9,98% em outubro para 9,07% em novembro. O IPCA em 12 meses foi de 4,68% em novembro. O IPCA em 12 meses está dentro das bandas da meta de inflação. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.