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12/Dec/2023

COP28: países ricos deveriam eliminar os fósseis

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que é imperativo eliminar a dependência dos combustíveis fósseis, mas ponderou que os países ricos precisam liderar o processo. Marina discursou durante reunião ministerial de alto nível na 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai. Em sua fala, a ministra disse ainda que o mundo precisa agir com sentido de urgência diante do aquecimento global. Na última semana o Brasil foi questionado devido a sua postura na COP28, que tem sido vista como dúbia por ambientalistas. Ao mesmo tempo que tenta retomar protagonismo na agenda ambiental global, o País anunciou durante a COP28 que integraria a Opep+, grupo da Organização dos Países Produtores de Petróleo.

Segundo Marina, é preciso que os países aumentem o ritmo do desenvolvimento de energias renováveis e que os produtores e consumidores de petróleo tirem o pé do acelerador das energias fósseis. O esforço é de todos, mas os países desenvolvidos devem liderar esse processo de implementação, destacou. Essa tem sido a linha do Brasil nas negociações da COP28. O País não pretende bloquear linguagens ousadas sobre o fim do uso de combustíveis fósseis caso elas apareçam, mas nesse momento a posição é que caso haja um objetivo comum de redução do uso desses recursos, esse processo comece pelos países ricos. A ministra defendeu que haja uma esfera na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) uma instância específica para discussão sobre combustíveis fósseis e a transição energética.

É preciso que todas as nações se esforcem para garantir a manutenção da temperatura do planeta abaixo de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Todos terão que fazer concessões, mas essas concessões não podem comprometer o compromisso de 1,5ºC. Veteranos nas negociações climáticas das Nações Unidas afirmaram que o esforço para afastar o mundo dos combustíveis fósseis sujos ganhou tanto impulso que ‘cutucou’ um inimigo poderoso: a indústria petrolífera, durante COP28. Ativistas ambientais, ainda magoados após décadas de poder brando dos interesses petrolíferos que impediram que tais discussões vissem a luz do dia, sorriram com desdém perante os sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o poderoso cartel, estava dando a volta por cima.

Segundo o think tank climático E3G, eles estão em pânico. Talvez os sauditas não consigam fazer sozinhos o que vêm fazendo há 30 anos e bloquear o processo. Eles estão com medo e preocupados, afirmou o grupo The Elders. O enviado climático da China a Dubai, Xie Zhenhua, classificou a conferência climática deste ano como a mais difícil de sua longa carreira. E disse que a controversa questão da eliminação progressiva poderia ser resolvida em um ou dois dias. A enviada da Alemanha para o clima, Jennifer Morgan, sugeriu que qualquer pedido de bloqueio de um acordo seria sentido mais pelos pequenos países vulneráveis ao aumento do nível do mar causado pelo aquecimento global. Neste momento, os países lutam pelas suas vidas.

As pequenas ilhas estão envolvendo-se muito ativamente nesta discussão de uma forma real. E não é responsável ter uma posição que poderia significar a vida e a morte de muitos milhões de pessoas. Mas, nem todos os países em desenvolvimento sentiram o mesmo. Segundo o Níger, o desenvolvimento dos países depende, de fato, da utilização de combustíveis fósseis. Várias agências de notícias relataram que o líder da Opep escreveu aos países membros instando-os a bloquear qualquer linguagem que eliminasse ou reduzisse gradualmente os combustíveis fósseis. A notícia teve o efeito de um ‘trovão’, iluminando os Emirados Árabes Unidos, anfitrião do evento, que claramente tem interesses no tema, mas que, por sua vez, também tenta mostrar ao mundo que pode conduzir a conferência a um resultado substantivo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.