ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Dec/2023

Argentina: adiado anúncio de medidas econômicas

Depois de criar expectativas sobre o anúncio de suas primeiras medidas econômicas como presidente da Argentina, Javier Milei adiou para esta terça-feira (12/12), os anúncios. As medidas serão dadas pelo ministro da Economia, Luis Caputo, empossado no domingo (10/12). Na sexta-feira (08/12), o jornal argentino Clarín havia adiantado que Milei faria os primeiros anúncios nas primeiras horas desta segunda-feira (11/12), com uma série de medidas que não precisariam de um respaldo do Congresso. Porém, as mudanças serão confirmadas nesta terça-feira (12/12), sem um horário definido. Os mercados argentinos esperavam com ansiedade as primeiras medidas e ainda não está claro como reagirão ao adiamento. O porta-voz do governo repetiu que "virão tempos complexos" por causa das decisões econômicas que tomará o governo.

Durante seu primeiro discurso ao público, Milei falou de uma política de choque para mudar o rumo econômico do país e que não há tempo para gradualismos. Seu ministro, porém, é menos afeito a medidas bruscas. Até o momento, as possíveis medidas que deve tomar o novo governo foram divulgadas apenas pela imprensa argentina, citando fontes anônimas. As medidas que haviam sido adiantadas na imprensa incluíam: proibição do Banco Central de emitir moeda, remoção dos subsídios até abril, fim das obras públicas, liberação dos preços, desvalorização e fixação do dólar, entre outras. Com Milei, se espera que já a partir desta semana comece uma primeira onda de aumento dos preços devido ao fim do controle que fazia o governo de Alberto Fernández. Na intenção de conter a inflação e manter viável a candidatura do então ministro da Economia Sergio Massa, o governo mantinha um programa de teto de preços para vários produtos essenciais, principalmente alimentos.

Também se aguarda um aumento nos preços dos combustíveis e dos transportes públicos, que sofriam igual intervenção. Milei espera conquistar a confiança de investidores para atrair dinheiro ao país e então conduzir a sua política de ajuste, no entanto, a falta de uma definição do plano econômico não tem contribuído para gerar essa confiança. Em seu primeiro decreto, o novo presidente cortou pela metade o número de ministérios, de 18 do governo anterior para 9. O número final, no entanto, foi um recuo, já que ele prometia ter 8 ministérios, mas voltou atrás com a pasta da Saúde. Apesar dos ataques feitos durante a campanha eleitoral pelo agora presidente da Argentina, Javier Milei, o ex-presidente Mauricio Macri acredita que o novo governo será pragmático e manterá relações com o Brasil. Durante a campanha, Milei indicou que romperia com o Mercosul e não teria relações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "corrupto" e "comunista furioso".

Nesta segunda-feira (11/12), Macri considerou que Milei sabe que o comércio com o Brasil é muito importante e a tendência é de as tensões com Lula diminuírem. A Argentina, no estado de pobreza que está, precisa ter relações boas com todos, apostou Macri. O ex-presidente entende que a Argentina deve agora mudar o eixo das relações exteriores para Estados Unidos e Israel, porém sem romper com seus principais parceiros comerciais: Brasil e China. Macri defendeu que as medidas de reequilíbrio fiscal, em especial o congelamento de gastos, sejam prioridade do novo governo, de modo que a Argentina possa reforçar suas reservas e dar novos passos, entre eles, a unificação monetária com o Brasil, o que, avaliou, favoreceria primeiro a Argentina. A ideia de uma moeda comum, observou o ex-presidente, pode avançar se Milei tiver êxito no ajuste fiscal.

Ele assegurou que Milei, a quem apoiou nas eleições, não vai imprimir pesos e gerar mais inflação. Colocando-se contra a dolarização proposta por Milei na campanha, Macri apontou diferenças de produtividade entre Argentina e Estados Unidos ao criticar a ideia. Ele também destacou as riquezas minerais que podem fazer com que a Argentina tenha uma produção de gás superior à da Rússia em dez anos. No entanto, a Argentina precisa adotar medidas de reequilíbrio fiscal para voltar a atrair investimentos e resolver o seu problema de restrições de dólares. Apesar de não endossar a proposta de dolarização, Macri considerou que as ideias de Milei, a quem classificou como um político "totalmente outsider", são claras. O desafio será implementá-las a partir de agora. Nos próximos 90 dias, a oposição deve deixar claro como vai se posicionar frente à agenda do novo presidente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.