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11/Dec/2023

Mercosul condena ações unilaterais no Essequibo

Ao final da cúpula do Mercosul, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, membros do bloco, além de Chile, Colômbia, Equador e Peru, países associados, emitiram um comunicado expressando profunda preocupação com a elevação das tensões no Essequibo, região da Guiana reivindicada pela Venezuela. A declaração conjunta menciona que ações unilaterais que devem ser evitadas. O texto, assinado por 8 dos 12 países do continente, chamou atenção por ser curto e por não ter sido firmado pela Bolívia, que foi oficializada como novo membro do Mercosul na Cúpula do Rio de Janeiro. “A América Latina deve ser um território de paz", diz o texto. "Ações unilaterais devem ser evitadas, pois adicionam tensão." Guiana e Suriname, que não participaram do encontro, e a Venezuela, que está suspensa do Mercosul desde 2016, por "ruptura da ordem democrática", também não assinaram o documento, que foi proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura do encontro.

O presidente brasileiro já defendeu que a Venezuela fosse reintegrada ao bloco, mas a pauta não avançou. Fontes do governo brasileiro confirmaram que o teor da declaração não estava inicialmente na pauta do encontro e foi discutido durante a Cúpula do Rio de Janeiro, no momento em que a disputa territorial pelo Essequibo ganhou novos contornos. O presidente brasileiro disse que o Mercosul não poderia ficar alheio à crise entre Venezuela e Guiana. O governo brasileiro acompanha com preocupação a situação. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu a solução pelo diálogo. O chanceler brasileiro lembrou que o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, esteve recentemente na Venezuela, e o próprio Vieira conversou com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali. Em um mundo conturbado por tantos conflitos, é sempre importante lembrar a contribuição do Mercosul para que a América do Sul constitua hoje a zona de paz mais extensa do mundo, disse o chanceler brasileiro.

Lula também sugeriu que a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), bloco voltado à integração regional e discussão de problemas comuns, deveria dialogar com os dois lados do conflito. O presidente brasileiro se colocou à disposição para sediar reuniões em Brasília, como já aconteceu no mês passado, quando chanceleres dos 12 países da América do Sul, incluindo de Guiana e Venezuela, discutiram a crise no Essequibo. Lula reiterou que não quer guerra na América do Sul é guerra e que é preciso construir a paz. O secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, afirmou que a Venezuela não tem motivos para justificar uma ação militar unilateral em sua disputa com a Guiana sobre o Essequibo. O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, disse ter recebido apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa com a Venezuela sobre o Essequibo. A declaração foi feita em uma entrevista à CNN no dia 6 de dezembro. Segundo Mohamed Irfaan Ali, Lula deu garantias de que o Brasil apoia fortemente a Guiana.

O governo da Guiana trabalha em conjunto com o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em 1899, as fronteiras foram resolvidas. A Venezuela participou da determinação da fronteira, disse Ali. O presidente da Guiana afirmou também que recorrerá ao Conselho de Segurança da ONU contra a "reivindicação ilegal" da Venezuela pelo controle do Essequibo. Ele lembrou que o território reivindicado pelo país vizinho corresponde a dois terços da área da Guiana e criticou a posição do regime chavista como uma ameaça direta à integridade territorial, à soberania e à independência da Guiana. O presidente da Guiana garante que tem tratado do tema em órgãos multilaterais, como a Comunidade do Caribe (Caricom), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Commonwealth, comunidade dos países britânicos, bem como com muitos parceiros bilaterais, entre eles Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e França. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.