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05/Dec/2023

Mercosul-UE: Brasil ainda vai buscar pelo acordo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (04/12), que não vai desistir do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Ele deu a declaração ao lado do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, criticar a proposta em discussão. “Não vou desistir do acordo enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o 'não' de todos”, disse Lula. Ele afirmou que vai lutar pelo acordo enquanto acreditar na possibilidade de concluí-lo. Depois de 23 anos discutindo o tema, se o acordo não for concluído é porque não se está sendo razoável, declarou Lula. O presidente Lula falou sobre a possibilidade de Scholz conseguir convencer Macron e governo da Argentina sobre o acerto entre os dois blocos. Lula também afirmou que respeita a posição da França, e que essa é a postura antecede a chegada de Macron ao poder. O presidente brasileiro afirmou que espera que a União Europeia decida se tem interesse em um acordo equilibrado.

Lula afirmou que Brasil e Alemanha reforçarão a colaboração na área ambiental. Ambos concordaram também em enfrentar forças antidemocráticas. Além disso, Lula reiterou o convite para Scholz participar da Conferência do Clima em Belém. Embora a possibilidade de assinatura de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) no encontro de cúpula no Rio de Janeiro nesta semana tenha sido descartada nos bastidores por todos os principais atores da negociação, o presidente Lula tenta afastar uma percepção de derrocada do processo. A Argentina é um dos focos de resistência na consagração do entendimento. Apesar de apoiar um acordo Mercosul-UE, Alberto Fernández teria decidido não interferir sobre algo tão relevante poucos dias antes de transferir o cargo ao presidente eleito Javier Milei, que durante a campanha eleitoral teceu duras críticas à própria existência do Mercosul. Sobre Macron, o presidente brasileiro voltou a atribuir a oposição ao acordo ao forte movimento protecionista na França, principalmente no setor agrícola. Evitou, no entanto, tecer críticas ao colega francês.

Scholz reafirmou o conhecido apoio do governo alemão ao acordo Mercosul-UE, mas também evitou comentar a fala de Macron, que, durante a COP28 em Dubai, na semana passada, criticou duramente a proposta do Mercosul no lado ambiental e disse que a França não apoiaria uma aprovação do acordo no Rio de Janeiro. O chefe de governo alemão observou que mandato para a negociação com o Mercosul está nas mãos da Comissão Europeia e que qualquer acordo teria que passar por outras instâncias de outras de aprovação, entre elas o Parlamento europeu. Brasil e Alemanha assinaram mais de 20 acordos de cooperação em diversas áreas, com destaque para a ambiental, energética, tecnologia e agrícola. Mas, para a frustração de alguns integrantes da delegação brasileira, Scholz não prometeu novos investimentos financeiros relevantes no País. O governo alemão enfrenta uma crise orçamentária e está sendo forçado a promover uma série cortes apoios financeiros externos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.