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05/Dec/2023

Restaura Amazônia quer recuperar áreas desmatadas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, no sábado (02/12), um edital de R$ 450 milhões para investir na restauração de grandes áreas desmatadas ou degradadas do bioma amazônico. A chamada faz parte de um programa maior, denominado Arco de Restauração na Amazônia. Os recursos irão sair do Fundo Amazônia, formado por doações de fundos soberanos. A ideia é fazer reflorestamento, para a floresta se regenerar. É a resposta mais barata e mais rápida para a crise climática, porque sequestra carbono e armazena carbono. O Restaura Amazônia vai selecionar três organizações com experiência e capacidade para atuar como parceiros gestores da iniciativa nos territórios. Cada um será responsável por uma das três macrorregiões estabelecidas: estados do Acre, Amazonas e Rondônia; Mato Grosso e Tocantins; e Pará e Maranhão.

O comitê de avaliação dos inscritos no edital será formado por representantes do BNDES, dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, dos Estados e da sociedade civil integrante do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa). Além do Fundo Amazônia, recursos do Fundo Clima também poderão ser usados por meio de operações de financiamento, com taxas de juros reduzidas. Serão disponibilizados, em 2024, R$ 400 milhões do orçamento de florestas do novo Fundo Clima. O projeto também receberá parte dos recursos captados com títulos sustentáveis (sustainable bonds) pelo Tesouro Nacional. O objetivo é restaurar 6 milhões de hectares de áreas prioritárias até 2030 e mais 18 milhões de hectares até 2050. A previsão é de que o Arco da Restauração poderá gerar até 10 milhões de empregos na Amazônia.

Além disso, o BNDES investirá R$ 75 milhões em pequenas e médias empresas da Amazônia através do BNDESPar, seu braço de participações acionárias. O subsídio, junto com o de outros investidores, deve fazer o fundo de capital de risco Amazon Biodiversity Fund Brazil (ABF FIP) atingir um capital comprometido de R$ 235 milhões para investir em aproximadamente 15 empresas, com aportes que variam de R$ 4 a R$ 20 milhões por ativo. A escolha dos ativos deve seguir quatro eixos de atuação: conservação, reflorestamento e meios de subsistência comunitários; cadeias de valor de pequenos produtores; agricultura sustentável; e inovação em serviços, finanças e tecnologia da biodiversidade. O intuito é impactar positivamente a biodiversidade e as comunidades na Amazônia brasileira, focando nos setores de ativos ambientais, agricultura, produção de alimentos, bebidas e tecnologia da cadeia de suprimentos.

O investimento é mais uma das iniciativas do BNDES alinhadas com as políticas públicas de promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia e da economia verde, com o diferencial de apoiar o empreendedorismo de impacto. O fundo é inovador por conta de sua estrutura de blended finance e pela parceria entre diferentes atores públicos, privados e do terceiro setor comprometidos com o desenvolvimento sustentável na região, como ASN Bank da Holanda, Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), L'Oréal Fund for Nature Regeneration e Soros Foundation. O acompanhamento dos resultados dos investimentos será feito por meio de indicadores padronizados e planos de ação que convergem ambiental e social. A avaliação da eficácia dos recursos será feita em áreas temáticas como clima, ecossistemas, espécies, subsistência, inclusão, empresas sustentáveis e retorno econômico justo. O ABF FIP foi selecionado via chamada pública para investimento de impacto promovida pela BNDESPAR. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.