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05/Dec/2023

Brasil já tem quase 2 mil startups do agronegócio

Segundo o levantamento Radar Agtech 2023, produzido pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens, o número de startups do agronegócio brasileiro cresceu quase 15% em um ano, apesar da menor disponibilidade de recursos no mercado financeiro global. Cerca de 1.953 empresas estão em operação hoje, 250 a mais do que no ano passado. O ecossistema é muito dinâmico. Foram excluídas mais de 500 startups que estavam na base do ano passado, afirma a Embrapa. Esse número inclui agtechs que fecharam ou que foram adquiridas. Além disso, o estudo mapeou startups que não foram formalizadas, por isso não foram incluídas na base de dados. O relatório indica uma leve desconcentração de startups na Região Sudeste. No ano passado, a região detinha 61,4% do total de agtechs do País, número que caiu para 56,9% em 2023. O estado de São Paulo segue como principal polo de inovação, com 43,4%. Enquanto isso, a participação da Região Norte subiu de 1,5% para 5,9% entre um ano e outro.

O documento destaca também o aumento das empresas atuando na Amazônia Legal, de 36 em 2022 para 100 neste ano. O forte crescimento tem a ver com programas de fomento na região. Chama atenção que dos 22 municípios brasileiros com 16 ou mais startups, 12 são capitais. A cidade de São Paulo tem o maior número de agtechs (385). No interior de São Paulo, os destaques são Piracicaba, Ribeirão Preto e Campinas, com 66, 60 e 47 startups, respectivamente. Há 815 startups (41,7%) atuando no que o estudo classifica como “dentro da fazenda”: tecnologias que atendem às necessidades diárias da produção agropecuária, como plataforma de gestão da propriedade (o maior subgrupo, com 170 empresas), irrigação e sensoriamento remoto. Cerca de 17% das startups, ou 331, atuam nos processos “antes da fazenda”, com crédito para aquisição de insumos e máquinas e equipamentos agrícolas. O destaque são as fintechs, que atuam com financiamento, seguro, análise fiduciária e outros serviços do gênero.

Ao todo, são 85. Outras 807 empresas (41,3%) trabalham com soluções para o “depois da fazenda”, como distribuição e logística. Aqui, destacam-se as startups que desenvolvem alimentos inovadores e trabalham novas tendências alimentares, elas são 277. O percentual de empresas que trabalha com alimentos inovadores é apenas um pouco menor do que o observado em 2022. Para os organizadores do relatório, isso indica que o padrão de consumo continua mudando, em direção a uma “dieta mais saudável” e “alimentos certificados de rastreados”. Um ano atrás, a divisão entre o antes, dentro e depois da porteira era de 14,2%, 41,4% e 44,4%, respectivamente. O estudo indica que o perfil tecnológico do produtor brasileiro continua direcionando a inovação para cinco categorias: alimentos inovadores e novas tendências alimentares; sistema de gestão de propriedade rural; plataforma integradora de sistemas, soluções e dados; marketplaces e plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários; e drones, máquinas e equipamentos.

Juntos, esses cinco nichos de agtechs representam 40% do todo. A pesquisa indicou também que a maioria das startups (66%) foi criada de 2018 para cá. O relatório do ano passado mostrava que 70% haviam sido fundadas a partir de 2017. Em linha com o perfil mais “jovem” das startups”, os dados indicam que 40,4% dessas empresas têm faturamento anual de até R$ 81 mil e apenas 9,3% das agtechs superam receita de R$ 3,6 milhões — nenhuma ultrapassa R$ 90 milhões. A partir de dados obtidos em parceria com o Sebrae, o estudo identificou que do total de agtechs, 36,4% têm ao menos uma mulher em sua estrutura societária, um aumento em relação a 2022, quando apenas 28,7% tinham participação feminina na sociedade. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.