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29/Nov/2023

Inflação é a mais baixa para novembro desde 2019

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,33% em novembro, após ter avançado 0,21% em outubro. Com esse resultado, o IPCA-15 registrou um aumento de 4,30% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,84%, ante taxa de 5,05% até outubro. A alta de 0,33% registrada em novembro pelo IPCA-15 foi a mais baixa para o mês desde 2019, quando subiu 0,14%. Em novembro de 2022, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,53%. O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses arrefecer, após uma sequência de três meses consecutivos de aceleração. A taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses desacelerou de 5,05% em outubro para 4,84% em novembro, resultado mais baixo desde agosto deste ano, quando estava em 4,24%.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,82% em novembro, após queda de 0,31% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,17% para o IPCA-15. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 1,06% em novembro, após ter recuado 0,52% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,22%, ante alta de 0,21% em outubro. Os preços dos alimentos para consumo no domicílio ficaram mais caros em novembro, interrompendo uma sequência de cinco meses de quedas. Porém, o custo da alimentação consumida em casa ainda acumula redução no ano. O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 0,28% de janeiro a novembro de 2023. O custo da alimentação no domicílio caiu 1,36% no mesmo período. Os tubérculos, raízes e legumes ficaram 10,01% mais baratos, e os preços das carnes diminuíram 9,85% neste ano.

Aves e ovos acumulam queda de 6,72%, e óleos e gorduras recuaram 14,99%. Os preços do grupo alimentação e bebidas passaram de uma queda de 0,31% em outubro para uma elevação de 0,82% em novembro, uma contribuição de 0,17% para a taxa de 0,33% do IPCA-15 deste mês. A alimentação no domicílio aumentou 1,06% em novembro. As famílias pagaram mais pela cebola (30,61%), batata-inglesa (14,01%), arroz (2,60%), frutas (2,53%) e carnes (1,42%). Na direção oposta, houve quedas no feijão-carioca (-4,25%) e no leite longa vida (-1,91%) caíram. A alimentação fora do domicílio subiu 0,22% em novembro. O lanche aumentou 0,35%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,22%. Os preços de Transportes subiram 0,18% em novembro, após alta de 0,78% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,04% para o IPCA-15.

Os preços de combustíveis tiveram queda de 2,11% em novembro, após recuo de 0,44% no mês anterior. A gasolina caiu 2,25%, após ter registrado queda de 0,56% em outubro, enquanto o etanol recuou 2,49% nesta leitura, após queda de 0,27% na última. A alta de 19,03% no preço das passagens aéreas respondeu sozinha por metade da prévia da inflação oficial no País em novembro, medida pelo IPCA-15. O subitem teve o maior impacto individual no mês, uma contribuição de 0,16% para a taxa de 0,33% do IPCA-15 de novembro. O grupo Transportes passou de uma elevação 0,78% em outubro para um aumento de 0,18% em novembro. Os combustíveis recuaram 2,11% em novembro. A gasolina ficou 2,25% mais barata, item de maior contribuição negativa para o IPCA-15, com -0,11%. Houve quedas também no etanol (-2,49%) e no gás veicular (-0,57%), enquanto o óleo diesel subiu 1,12%.

O táxi teve alta de 2,60% em novembro. O ônibus urbano recuou 1,35%. Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,26% em outubro para aumento de 0,20% em novembro, uma contribuição positiva de 0,03% para o IPCA-15 deste mês. A energia elétrica residencial subiu 0,42%. A taxa de água e esgoto subiu 0,45%. O gás encanado aumentou 0,13%. Os gastos das famílias brasileiras com Despesas pessoais passaram de uma elevação de 0,31% em outubro para uma alta de 0,52% em novembro, uma contribuição positiva de 0,05% para o IPCA-15 deste mês. O movimento foi impulsionado pelas altas do pacote turístico (2,04%), da hospedagem (1,27%) e do serviço bancário (0,63%). Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em novembro.

Houve recuo apenas em Comunicação (-0,22%, impacto de -0,01%). Os grupos com aumentos foram Alimentação e bebidas (0,82%, impacto de 0,17%), Transportes (0,18% e impacto de 0,04%), Habitação (0,20%, impacto de 0,03%), Educação (0,03%, impacto de 0,00%), Artigos de residência (0,24%, impacto de 0,01%) Despesas pessoais (0,52%, impacto de 0,05%), Saúde e cuidados pessoais (0,08%, impacto de 0,01%) e Vestuário (0,55%, impacto de 0,03%). O resultado geral do IPCA-15 em novembro foi decorrente de altas de preços em 9 das 11 regiões pesquisadas. A alta de 19,03% nas passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial em novembro. Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de novembro os itens emplacamento e licença (0,05%), cebola (0,04%), plano de saúde (0,03%) e batata-inglesa (0,02%). Na direção oposta, a gasolina foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de novembro, com queda de 2,25% e contribuição de -0,11%. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês foram ônibus urbano (-0,02%), etanol (-0,02%), perfume (-0,01%) e leite longa vida (-0,01%).

Segundo a Capital Economics, o alívio da inflação acumulada em 12 meses no IPCA-15, de 5,05% em outubro para 4,84% em novembro, confirma que o Banco Central deverá diminuir a taxa Selic de 12,25% para 11,75% na sua decisão de política monetária de dezembro. A queda da taxa confirma que o ciclo de 'mini-inflação' do terceiro trimestre está para trás e, com os riscos fiscais se dissipando um pouco, o Copom está pronto para continuar seu ciclo de afrouxamento. No entanto, há preocupação com a inflação de serviços subjacentes, que acelerou de 5,5% em 12 meses no IPCA fechado de outubro para um nível entre 5,7% e 5,9% agora, continua e deve impedir que o Banco Central faça um longo ciclo de redução dos juros. Para o Santander Brasil, o IPCA-15 de novembro é mais uma evidência de uma dinâmica inflacionária muito benigna no curto prazo. A tendência dos núcleos e serviços subjacentes já se aproxima de 3%, o centro das metas de inflação a partir de 2024.

A maioria das medidas de núcleos desaceleraram e estão rodando em torno de 3% na média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada, com o núcleo Ex-3 rodando abaixo de 2% nessa métrica. Considerando a média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada, a média dos núcleos caiu de 3,8% em outubro para 2,9% agora. O núcleo Ex-3, que agrega serviços subjacentes e bens industriais subjacentes, recuou de 2,7% para 1,2%, enquanto os serviços subjacentes ficaram estáveis em 3,8%. O índice de difusão subiu a 54,3%, com ajuste sazonal, de 49,9% antes, ainda um nível baixo e compatível com a inflação ao redor da meta no médio prazo. A principal fonte de preocupação foi a aceleração dos serviços ligados a salários, de 6,1% para 6,2% na média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.