24/Nov/2023
Segundo o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), os investimentos sociais privados (ISP), historicamente direcionados prioritariamente à Educação seja no Brasil ou no mundo, aos poucos têm migrado para outras áreas. Entre elas, começaram a ganhar boa parte das atenções as questões ambientais e de economia sustentável. No País, a série de eventos internacionais que começa no dia 1º de dezembro, com a realização do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), deve chamar ainda mais a atenção para o tema. A aposta é a de que o Brasil se tornará uma vitrine. É preciso olhar pelo trilho todo: Cúpula da Amazônia, COP28 (este ano em Dubai), COP30 (em 2025 no Brasil) e G20. Em 2025, o Brasil também será o anfitrião da cúpula dos Brics (grupo inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que, no ano que vem, contará com mais seis integrantes).
É preciso fazer com que o ISP não seja vinculado a um projeto específico, que a filantropia tenha uma ideia de nação, e este é um super desafio. Dentro do Gife, estão sendo estudadas formas de haver uma co-responsabilidade no financiamento de investimentos, com uma combinação com bancos de desenvolvimento, que sempre participam dos encontros do G20. O Gife vai atuar no G20 e faz parte do grupo de engajamento da Sociedade Civil, conhecido como C20, que é um dos 11 do evento e para o qual o governo promete dar mais visibilidade. A filantropia tem a possibilidade de alavancar a voz da sociedade civil no C20. Ainda que as somas do ISP sejam vultosas, representam menos de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico. A avaliação é a de que as leis brasileiras não incentivam a atividade, mas espera-se alguma melhora com a aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional.
Além disso, há uma certa inibição das instituições filantrópicas diante do tamanho dos recursos que foram acordados para que os países desenvolvidos enviem às economias emergentes, e que ainda não aconteceu totalmente. Mas, esses montantes não devem causar intimidação; é preciso fazer uma contribuição para a agenda climática. Muitas vezes, entidades e instituições são "especializadas" em um tipo de filantropia, mas é necessário, cada vez mais, atuar de forma mais abrangente. Na reunião preparatória do C20 o Gife salientou que a ideia não é “sentar na janelinha” do G20, mas fazer com que esse conjunto de investidores apoie a sociedade brasileira para que tenha voz e possa construir seus argumentos de forma mais forte. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.