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24/Nov/2023

G20: os cinco pilares para evento do B20 no Brasil

Num momento de reestruturação das cadeias produtivas globais, é preciso deixar claro para o grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) que avanços precisam ser feitos, mas sem ultrapassar barreiras que possam representar um perigo para a saúde e a produção alimentar, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segurança alimentar e segurança sanitária são pontos inegociáveis no mercado mundial, num período em que há pressão por mais protecionismo. A CNI será a presidente do fórum de diálogo entre a comunidade empresarial e os governos dentro do G20 durante o comando do grupo pelo Brasil, o B20. A primeira reunião do B20 está prevista para 29 de janeiro, e deve ocorrer de forma híbrida, por videoconferência e reunião presencial no Rio de Janeiro.

O grupo de trabalho é liderado pela entidade brasileira, mas conta com instituições correspondentes de todos os países-membros do G20. São aproximadamente 900 partes envolvidas: empresas, representações, entidades. O Business (que empresta a letra B ao B20) é o maior e mais representativo grupo do G20. Nesse primeiro encontro, serão definidas as pautas de debate ao longo do ano. A CNI adiantou os cinco pilares que apresentará na ocasião. A plenária final, que deve ocorrer em outubro ou novembro de 2024, será realizada em São Paulo, quando o B20 publicará o relatório do setor. Com as mudanças das cadeias produtivas, o mundo passa mais uma vez por transformações e é preciso ter atenção a princípios básicos de livre comércio, com implicações sobre a saúde e a chegada de alimentos a todo o planeta, principalmente após o que o mundo viveu com a pandemia de Covid-19.

Ao mesmo tempo, é preciso deixar o globo menos desigual, tema escolhido pelo governo como o fio condutor do evento. É preciso acelerar o debate de agenda de inovação, que está conectado com a agenda industrial. Assim como o Brasil, alguns países em desenvolvimento ficaram para trás e agora é a hora de, com a chamada revolução industrial 4.0, tentar diminuir as diferenças. Alguns emergentes não deram o salto no século XIX e XX, com, principalmente, as transformações educacionais avançando muito. O Brasil tem dupla agenda agora: fazer o esforço que essas sociedades fizeram nos séculos passados e tocar a agenda decisiva no século XXI, que é a da sustentabilidade. A realização de uma série de eventos internacionais no Brasil, que começa no próximo dia 1º de dezembro com a abertura do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), proporcionará uma visibilidade ao País obtida poucas vezes no passado.

O mundo está muito rico e ao mesmo tempo há grandes tensões, mas há uma linha de construção de oportunidades de enorme importância que esses fóruns multilaterais oferecem, pois criam conexões com elementos que vão ser importantes para o futuro. Vai ser algo como uma janela de oportunidade para o mundo, e o Brasil estará na presidência do G20 e do B20. O País está no lugar certo numa esquina do tempo histórico que está se desenhando o mundo. Além do G20, que durará 12 meses, o Brasil será também o anfitrião da cúpula dos BRICS (grupo que reunia inicialmente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que receberá novos seis integrantes no ano que vem), em 2025.

No mesmo ano, a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, está marcada para ocorrer em Belém, no Pará. O País passou por um ciclo de desindustrialização precoce porque o setor sofreu com variáveis como juro elevado, crédito estreito, burocracia, insegurança jurídica, gargalos de infraestrutura, falta de capital humano qualificado e custo Brasil. Nos anos 80, houve crise no setor externo, seguida por um default ao FMI e vários planos econômicos até chegar ao Real. O Brasil perdeu a mão nesse processo. Apesar disso, o Brasil sabe fazer política industrial e é preciso aproveitar as oportunidades que estão surgindo. Um dos atrativos está ligado à agenda de descarbonização, com o Plano de Transição Ecológica.

O Brasil emerge nesse tema e está no momento certo para avançar, já que dialoga com os mesmos símbolos e valores do mundo na agenda da sustentabilidade e da preservação ambiental articuladas com o desenvolvimento econômico. Se as novas palavras de ordem no mundo corporativo global são nearshoring (fornecedores instalados próximos aos compradores) e friendshoring (fornecedores de países amigos), o Brasil tem algo mais a oferecer no processo de transformação das cadeias globais: o powershoring. "O powershoring é nosso, é brasileiro", defendeu a CNI, citando a expressão que está relacionada à produção de energia em países onde há fontes renováveis disponíveis, como eólica, solar e de biomassa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.