24/Nov/2023
Estudo feito pelo Insper mostra crescimento no PIB brasileiro se o País expandisse a quantidade de alunos em cursos de ensino médio técnico. Segundo a pesquisa, o impacto positivo seria entre 1,34% e 2,32%, em longo prazo, quando a probabilidade de conseguir vaga na educação profissional e tecnológica dobra ou triplica. A conclusão é a de que esses alunos formados geram maior produção à economia. Hoje, só 20% dos alunos do País ingressam na modalidade. A oferta de vagas no técnico é limitada e algumas vezes é preciso ser aprovado por processo seletivo (vestibulinho). A pesquisa, feita a pedido do Itaú Educação e Trabalho, que apoia a educação profissional e tecnológica, mostra ainda diminuição da desigualdade de renda com o investimento na área. O desenvolvimento econômico do País será consequência de ter uma população ativa, criativa, atuante, e isso só acontecerá se a juventude for cuidada. Estudos anteriores já haviam mostrado alta de remuneração de 12% para alunos de ensino técnico em relação aos que só cursaram o médio.
A pesquisa atual examinou as consequências macroeconômicas; ela foca nos benefícios da expansão da modalidade para a sociedade, e não apenas para os estudantes. A ampliação da educação profissional e tecnológica é encarada como prioridade pelo Ministério da Educação (MEC), mas há críticas sobre como a carga horária da modalidade foi definida na reformulação do novo ensino médio, enviada ao Congresso pelo governo mês passado, que prevê currículo de carga horária mais flexível, com parte do conteúdo escolhida pelo aluno. O técnico é uma opção que escolas estaduais podem oferecer no novo ensino médio. Países desenvolvidos, que têm os melhores resultados em avaliações internacionais de educação, investem fortemente para que os alunos cursem o ensino profissional junto com o médio. Na Finlândia, a taxa é de 68%; na Alemanha, de 49%. A capacidade de produzir de uma empresa que tem mais funcionários com ensino médio técnico é maior, produz mais bens, mais serviços, do que se tivesse funcionários majoritariamente com fundamental e médio tradicional.
A pesquisa calculou esse resultado ao simular alta da probabilidade de acesso a vagas no ensino técnico pelos jovens, das atuais 20% para 40% e 60%. A premissa é de que a pouca abrangência do ensino médio técnico no País não está associada ao baixo interesse dos alunos. A pesquisa cita o exemplo do Centro Paula Souza, que oferece ensino técnico em São Paulo e tem cinco vezes mais candidatos do que vagas disponíveis. Pesquisas de opinião também têm mostrado o grande interesse dos jovens em cursar o técnico. Ao analisar o efeito da expansão de vagas nas variáveis de escolaridade e distribuição de renda, os pesquisadores projetaram um cenário em que 4,10% da população estaria formada na modalidade. Hoje, esse índice é de 0,94%. Dessa forma, o PIB cresceria em até 2,32%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.