23/Nov/2023
Segundo o Insper, as cooperativas agropecuárias que exportam deveriam ter uma presença física no exterior e investir em produtos com potencial para aumentar a representatividade do Brasil no comércio mundial, além de melhorar suas estratégias de comunicação lá fora. A maior oportunidade de mercados para o segmento é ter, no mínimo, um ou dois escritórios fora do Brasil, que sirvam ao conjunto das cooperativas. Isso não significa que elas devam exportar juntas, mas sim agirem em intercooperação e estar no exterior, conversando com os clientes, os importadores, e entender a dinâmica de cada governo. É importante, também entender o que está vindo pela frente em termos de opinião pública, em termos de legislação, de geopolítica.
As cooperativas também podem investir na comercialização de itens em que o País ainda não tem grande participação. Há muita oportunidade não explorada. Em metade do comércio agrícola mundial em produtos, o Brasi não tem nem 2% do market share e, em muitos, o índice não chega nem a 1%, como por exemplo, pescados e laticínios. O Brasil é muito pequeno nesse mercado de importadores líquidos. O Brasil poderia ser exportador líquido, pois tem todo potencial para isso. Assim como o agronegócio brasileiro é "gigante" em bovinos, suínos e aves, poderia também ganhar terreno em peixes, leite, frutas, legumes, sucos e produtos processados.
O Brasil é líder em vendas para o mercado europeu e chinês, mas está em 4º ou 5º lugar, em vendas para os Estados Unidos e Japão. Então, há muito espaço a ser conquistado, mas é preciso que haja uma maior organização. Entre as regiões que podem ser exploradas, pode-se citar também Sudeste e Sul da Ásia, além do Oriente Médio. São regiões onde não há a resistência europeia ao Brasil. Entre as estratégias apontadas, além da instalação de escritórios no exterior, que permitiria às cooperativas agropecuárias brasileiras estarem representadas de forma permanente lá fora, estaria também contemplado um programa de comunicação e imagem. Sob este aspecto, a experiência do setor de algodão é um exemplo, onde foram feitas essas duas ações.
Os representantes da cadeia produtiva do algodão brasileiro se instalaram na Ásia e construíram uma representação que leva e traz gente, tanto asiáticos para cá como muitos brasileiros do setor para lá. Esses representantes foram visitar as fiações, as indústrias de tecidos e de roupas, as lojas de varejo. Isso foi feito em toda a Ásia, que é o grande cliente do algodão brasileiro. Paralelamente a esse trabalho físico, também foi realizada uma ação de reputação, de imagem. O grande objetivo era mostrar que o algodão brasileiro é melhor que o norte-americano e o australiano e eles estão conseguindo atingi-lo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.