21/Nov/2023
Os extremos climáticos ainda vão ficar mais intensos neste ano, com mais seca na Amazônia e na Região Nordeste, calor nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste e fortes chuvas na Região Sul. Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, o motivo é que o El Niño atingirá seu pico em dezembro. O fenômeno climático promove um aquecimento atípico das águas do Oceano Pacífico equatorial. A temperatura das águas vai ficar cerca de 2,5°C acima do esperado. E os modelos indicam que até junho do ano que vem a gente deve ter o El Niño em curso. O El Niño favorece a ocorrência de ondas de calor porque as frentes frias ficam bloqueadas no sul do País e não conseguem avançar.
Outra questão é que o aquecimento das águas no Oceano Pacífico ajuda a aquecer a atmosfera em termos globais. Uma onda de calor, segundo definição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ocorre quando há temperaturas de pelo menos 5ºC acima da média da região para o período, durando no mínimo três dias consecutivos. Além da intensificação do El Niño, a distorção das temperaturas é influenciada pelas condições climáticas no Atlântico Norte, que permanece quente mesmo no inverno do Hemisfério Norte. Outros pesquisadores atribuem os extremos às mudanças climáticas causadas pelo homem.
Neste caso, os pesquisadores utilizam recursos de simulação computacional para investigar se determinados eventos ocorreriam ou não e, se ocorreriam, com que magnitude, sem a influência antropogênica no clima. Os estudos costumam apontar que as ondas de calor podem ter uma relação bastante íntima com as mudanças climáticas. Em geral, as pesquisas mais conclusivas quanto a essas atribuições são relativas às ondas de calor. Então, é uma das principais hipóteses que a gente tem para explicar esse calor extremo. Mas, há outros fatores em jogo, como o El Niño. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.