21/Nov/2023

Segundo a Tendências Consultoria, a perspectiva de acordo entre Mercosul e União Europeia deve se tornar mais desafiadora com a chegada de Milei à presidência da Argentina. A conclusão das tratativas, que já enfrentava resistência, deverá se tornar ainda mais complexa em função da menor unidade política entre os países da América do Sul. Haverá dificuldade pela questão reputacional. O custo Milei de ser um nome que se aproximou ou tem discurso parecido com governos de extrema-direita é sensível na Europa. Essa questão reputacional será um complicador para a realização do acordo entre Mercosul e União Europeia. A execução do plano econômico de Milei será desafiadora.

O nível de autonomia para a implementação da política econômica dele é baixo. A Argentina vive um problema de escassez de dólar, então há uma dificuldade relacionada a fluxo comercial. Para o economista André Perfeito, a chegada de Javier Milei à presidência da Argentina deve enfraquecer o Mercosul, em função da menor coesão entre os países sul-americanos. Com isso, as negociações entre o bloco e a União Europeia poderão ficar ainda mais prejudicadas, em meio a um cenário já desafiador. Sem dúvida alguma, há perspectiva de enfraquecimento do Mercosul. Os acordos podem ficar paralisados só por esse clima político.

O início do governo Milei poderá ser bastante tumultuado e o novo presidente tem uma agenda altamente complexa, como ‘dinamitar’ o Banco Central e dolarizar a economia. Ele não vai conseguir avançar, pois o Congresso não vai aprovar tudo que ele defende. Ele se coloca favorável ao livre comércio, mas isso não acontece do dia para a noite. Em um primeiro momento, a agenda liberal pode provocar efeitos recessivos no curto prazo, e Milei precisaria ter um grande nível de habilidade política para enfrentar o impacto imediato deste novo direcionamento político. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.