16/Nov/2023
O Brasil vem tendo um desempenho sofrível nos rankings internacionais que avaliam a competitividade econômica, nos quais costuma figurar na “zona de rebaixamento”, mas está conseguindo melhorar sua posição, ainda que de forma lenta e gradual, numa área que deverá se tornar mais importante do que já é para um país ser competitivo na arena global: a capacidade de formar, atrair e reter talentos. Em 2023, reforçando uma tendência observada nos últimos três anos, o Brasil ganhou mais quatro posições no Índice Global de Competitividade de Talentos (GTCI), passando da 73ª posição da lista, que inclui 134 países, para a 69ª.
Desde 2020, quando ocupava o 80º lugar, o País subiu 11 posições no ranking, que é produzido desde 2013 pelo Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas), uma das principais escolas de negócios do mundo, com sede na França e filiais em Singapura, Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) e São Francisco (EUA). Nas primeiras edições do estudo, entre 2013 e 2015-2016, quando o Insead produziu uma só pesquisa para englobar os dois anos, o Brasil chegou até a estar mais bem colocado, ficando em 59º, 49º e 67º lugares, respectivamente. Na época, porém, a amostra tinha de 30 a 40 países a menos, o que compromete a comparação com os rankings seguintes.
Considerando apenas os resultados de 2017 para cá, que envolvem um número de participantes mais próximo do atual, o País ocupa agora sua melhor posição na lista, elaborada principalmente com dados de 2022. O Brasil, é certo, ainda faz parte do pelotão intermediário do ranking, que inclui países que estão relativamente estagnados ou têm um progresso moroso no índice, e está longe, bem longe, da “comissão de frente”, liderada pela Suíça, por Singapura e pelos Estados Unidos, nesta ordem. Mas, o Brasil pode passar em breve para a categoria dos chamados “fomentadores”, que reúne os países que avançam de forma consistente na área, se mantiver a performance nos próximos anos.
O País ainda tem um desempenho ruim nos pilares de atração de talentos, no qual ocupa a 88ª posição, principalmente devido à baixa capacidade de atrair profissionais do exterior, e de qualificação técnica e profissional, no qual está em 74º lugar. Mas vai bem no pilar “crescer”, em que ocupa a 60ª colocação, em razão do acesso a oportunidades de crescimento profissional e ao alto uso das redes sociais virtuais pessoais e profissionais. E também no pilar “capacitar”, em que está na 61ª posição, em razão da melhoria do ambiente de mercado nos últimos anos e da infraestrutura de comunicação e informação. Para ser um dos principais polos de atração global de talentos, o Brasil tem de fazer com que a vida do estrangeiro seja mais fácil e com que ele se sinta seguro.
Às vezes se pensa na questão da segurança só para o brasileiro, mas ela tem um impacto considerável na capacidade de um país ser um lugar atrativo para os talentos globais. Para o Brasil dar um salto no ranking e se tornar competitivo na formação, atração e retenção de talentos, tem de trabalhar nos diferentes aspectos envolvidos na questão. É importante que o País tenha uma política de Estado, que trabalhe nas diferentes dimensões de competitividade de talento, para alcançar uma posição de destaque neste campo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.