14/Nov/2023
O Tesouro Nacional fez a primeira emissão de título sustentável em dólares no mercado internacional nesta segunda-feira (13/11). A operação de emissão é liderada pelos bancos Itaú BBA, J.P. Morgan e Santander. Os títulos serão emitidos no mercado global. A emissão é um benchmark de sete anos, com vencimento em 2031. O objetivo da operação é reafirmar o compromisso da República com políticas sustentáveis, convergindo com o crescente interesse de investidores não residentes e com a expansão do mercado de títulos temáticos no mundo.
O arcabouço dos papéis sustentáveis foi anunciado no início de setembro. O Tesouro diz que continua em sua estratégia de emitir o primeiro título sustentável em dólar no mercado externo usando como benchmark uma importante referência para o setor corporativo, e se comprometendo a alocar o montante equivalente aos recursos captados em ações que impulsionem a sustentabilidade e contribuam para a mitigação de mudanças climáticas, para a conservação de recursos naturais e para o desenvolvimento social. Essa emissão reforça o papel importante da dívida externa em termos de alongamento de prazo, diversificação de indexadores e base de investidores.
A composição dos títulos soberanos sustentáveis que o Brasil estreou é de cerca de metade de projetos relacionados à área ambiental e a outra metade, à social, seguindo o relatório de pré-alocação divulgado no mês passado pelo Tesouro Nacional. O documento é considerado muito detalhado. O Brasil foi pioneiro entre os emergentes a apresentar um relatório assim. Entre 50% e 60% dos papéis estão voltados para o 'verde' e entre 40% e 50% para a área social. O Tesouro tem o limite mínimo de 50% para green e 60% de máximo. Os parâmetros para o social são de, respectivamente, 40% e 50%. A divisão apresentada acima é indicativa e pode ser implementada de forma diferente dependendo do valor final arrecadado com o primeiro título soberano sustentável.
Sobre os prazos, o que foi informado na pré-alocação é que a composição seria formada por pelo menos 75% dos recursos dedicados ao financiamento de novas despesas e 25% a refinanciamento de despesas já executadas ou em andamento. Vale lembrar que existe a expectativa orçamentária de destinação de recursos ao Fundo Nacional para Mudanças Climáticas (Fundo Clima) para apoiar, por meio de linhas de crédito e financiamento, projetos relacionados a mudanças climáticas, energias renováveis e mobilidade urbana, entre outros.
As negociações dos títulos sustentáveis brasileiros estão muito próximas aos níveis de operação de países avaliados como grau de investimento pelas agências de classificação de risco. O papel de sete anos está negociando entre 20 e 30 pontos acima do México, somente. A captação é liderada pelos bancos Itaú BBA, J.P. Morgan e Santander para os títulos com vencimento em 2031. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.