08/Nov/2023
A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira (07/11), deu ênfase sobre questões relacionadas ao clima com impactos sobre os preços. Houve um debate mais profundo na última reunião sobre os determinantes da inflação de serviços e riscos ambientais que estão parcialmente incorporados no cenário de referência. Esses riscos são derivados do fenômeno climático do El Niño e têm relação com a evolução do preço internacional do petróleo. Ressaltou-se a incerteza com relação ao El Niño no que tange à sua magnitude, ao período em que o fenômeno teria maior impacto e aos efeitos individuais sobre diferentes produtos alimentícios. O comitê decidiu manter sua hipótese de incorporar um impacto relativamente pequeno do El Niño em suas projeções de inflação de alimentos.
Alguns membros, no entanto, enfatizaram os impactos inflacionários no caso de ocorrência de um fenômeno El Niño mais extremo. Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária contracionista e cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária. A ata indicou que a projeção para o IPCA de 2024 está em 3,6% no cenário de referência. A estimativa é levemente superior aos 3,5% estimados no Copom anterior, em setembro, e segue acima do centro da meta de 3,0%. Para 2025, a projeção é de 3,2%, um pouco acima do alvo central de 3,0% para o ano, contra 3,1% em setembro. Para 2023, a expectativa no cenário de referência é de 4,7%, bem mais baixa do que a projeção do Copom anterior (5,0%), ficando abaixo do teto da meta de 4,75%, e evitando o terceiro ano consecutivo de rompimento do objetivo principal do Banco Central. O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,00 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC).
Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência. O Copom indicou que deve manter o ritmo de corte de juros nas próximas reuniões, avaliando que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O colegiado pregou novamente serenidade e moderação na condução da política monetária. O quadro externo tem se mostrado mais volátil e adverso. Há múltiplos mecanismos de transmissão da economia internacional para a economia doméstica, financeiros e econômicos, que devem ser incorporados na tomada de decisão. O aumento da incerteza no cenário global exige cautela. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.