17/Oct/2023
Um levantamento com 800 produtores agrícolas de Brasil, Austrália, China, Alemanha, Índia, Quênia, Ucrânia e Estados Unidos revelou que 70% deles já observam impactos expressivos do aquecimento global em suas propriedades. A pesquisa também apontou que 76% deles estão preocupados com os efeitos futuros das mudanças climáticas para o seu negócio. A pesquisa, chamada de ‘Farmer Voice’ questionou os produtores sobre quais eventos climáticos eles vivenciaram nos últimos anos com mais intensidade em suas propriedades do que em anos anteriores: 70% responderam que já sofreram algum tipo de efeito de altas temperaturas e secas; 45% mencionaram muito altas temperaturas; 35% citaram longos períodos de temperaturas altas; e 33%, secas, entre outros efeitos.
A pesquisa revela ainda que os efeitos foram sentidos de forma mais aguda no Brasil, Índia e Quênia. O levantamento mostra que os produtores já registraram perdas econômicas nos últimos dois anos decorrentes das mudanças do clima. Em média, pelas estimativas dos entrevistados, sua renda diminuiu 15,7% no período, sendo que um em cada seis identificou perdas de receita superiores a 25%. Também foi reportada, por 73% dos agricultores ouvidos, aumento da pressão de pragas e doenças nas lavouras. A pesquisa, contratada pela Bayer e conduzida pela empresa global de comunicação estratégica Kekst CNC, apontou ainda que 84% dos produtores ouvidos já adotaram ou vão adotar medidas para reduzir o impacto ambiental da atividade agrícola e recuperar áreas naturais.
Questionados sobre quais práticas que reduzem emissões de gases de efeito estufa eles já executam, 43% disseram que usam culturas de cobertura sobre as plantações; 37%, energias renováveis ou biocombustíveis nas operações; 33% empregam sementes inovadoras para diminuir aplicações de fertilizantes e agroquímicos; 25% usa alguma ferramenta digital que ajude a reduzir o uso de insumos agrícolas; 24% adotam o sistema do plantio direto; 22% participam de algum programa relacionado a captura de carbono. Na outra ponta, 16% disseram que não pretendem adotar nenhuma medida a respeito.
Segundo a Bayer, apesar de já haver diversas publicações focadas nos eventos de calor, chuva ou seca extrema e outros efeitos das alterações do clima, havia necessidade de ouvir dos próprios produtores rurais sobre o que pensam e já estão vivendo em suas fazendas em decorrência do novo cenário climático. Com a recorrência de eventos relacionados a mudanças climáticas, produtores já vislumbram mudanças na atividade agrícola. Questionados sobre quais alterações são esperadas, 40% disseram que devem começar a utilizar variedades mais resilientes a condições adversas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.