11/Oct/2023
O dólar fechou em queda firme pelo terceiro dia consecutivo no Brasil nesta terça-feira (10/10), superior a 1%, novamente sob a influência do exterior, onde a moeda norte-americana caía ante boa parte das demais divisas após comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevarem a percepção de que os juros podem não subir mais nos Estados Unidos. O dólar fechou a R$ 5,05, em baixa de 1,47%. Foi o maior recuo em um único dia desde 23 de agosto deste ano, quando a divisa dos Estados Unidos cedeu 1,63%. Nas últimas três sessões, a moeda acumulou queda de 2,18%. O dólar recuou praticamente durante toda a sessão, dando continuidade a um movimento iniciado na segunda-feira (09/10), após declarações "dovish" (brandas com a inflação) de autoridades do Fed. Na ocasião, o vice-chair do Fed, Philip Jefferson, afirmou que os Estados Unidos passam por um “período delicado de gestão de risco, em que temos de equilibrar o risco de não termos apertado (a política monetária) o suficiente com o risco de a política ser muito restritiva".
A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, afirmou que os retornos mais altos exigidos pelos investidores para manter a dívida de longo prazo do governo dos Estados Unidos poderiam compensar a necessidade de novos aumentos na taxa de juros pelo Fed. Na segunda-feira (09/10), estes comentários já haviam compensado a pressão de alta para o dólar ante as demais divisas vinda da busca dos investidores pela proteção da moeda dos Estados Unidos após o início do conflito entre Israel e Hamas no fim de semana. Nesta terça-feira (10/10), o movimento continuou. Segundo a FB Capital, já se imaginava que o efeito da guerra no Oriente Médio seria muito limitado no câmbio. O que se observa é um desmonte grande de posições compradas (no sentido de alta para o dólar) após o payroll alto. Este desmonte está sendo feito por conta da fala de dirigentes do Fed, indicando que haverá manutenção da taxa de juros no médio prazo.
Uma taxa de juros não tão elevada nos Estados Unidos significa, em tese, um dólar mais fraco ante as demais divisas, daí o viés de baixa para a moeda norte-americana. A curva de juros norte-americana também cedeu, com reflexos sobre os DIs no Brasil. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, reforçou a percepção de taxas não tão elevadas ao dizer nesta terça-feira (10/10) que o banco central dos Estados Unidos não precisa aumentar ainda mais os juros e que não vê nenhuma recessão à frente. Nesse cenário, o dólar marcou a cotação máxima de R$ 5,13 (+0,16%), logo após o início da sessão, e a mínima de R$ 5,05 (-1,50%), pouco antes do fechamento. No exterior, o dólar cedia ante moedas como o Real, o peso colombiano, o peso mexicano e o dólar australiano. O dólar também caía ante uma cesta de moedas fortes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,19%, a 105,760. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.